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CRÍTICAPARALELA
Conservadora e superficial, Paralela 10 tornou-se vítima do circuito que a criou
DE SÃO PAULO
Quando surgiu, há oito
anos, a Paralela, mostra organizada por galerias de arte
da cidade, funcionava como
uma das poucas vitrines para
a arte contemporânea brasileira durante a Bienal de São
Paulo.
Naquela época, nem tão
distante, o circuito de arte
não era mobilizado como
agora e a Paralela fazia sentido. Em 2004, quando Moacir
dos Anjos foi seu curador, a
mostra chegou a ser considerada superior à Bienal, então
organizada por Alfons Hug.
Em 2010, com uma extensa e excelente agenda de
mostras paralelas e uma Bienal renovada, a exposição
das galerias tem seu sentido
enfraquecido.
E, para ficar ainda pior, o
curador Paulo Reis optou por
não repetir artistas da mostra
do Ibirapuera, que tem nada
menos que 59 brasileiros, o
que tornou a sua uma espécie de salão dos recusados.
Se ainda a exposição agregasse conteúdo, ela teria validade, mas nem assim.
DEPARTAMENTOS
Intitulada "A Contemplação do Mundo", a exposição
divide-se como uma loja de
departamentos, por conta do
formalismo das leituras de
seu curador.
Há a sessão de plantas e
jardins, com os trabalhos de
Mauro Piva, Brígida Baltar e
Rosana Palazyan, todos
abordando essa temática, ou
o departamento de segurança, onde artistas usam o revólver como elemento constitutivo de seus trabalhos.
Se essas áreas totalmente
literais da mostra não fossem
suficientes, Reis ainda ocupa
um dos lados do belo galpão
do Liceu só com pinturas de
grandes formatos, outra leitura formal, que reduz tais
trabalhos à entediante temática do suporte, em pleno século 21.
Conservadora, óbvia e reunindo superficialmente artistas de todas as galerias que a
patrocinam, a Paralela tornou-se hoje vítima do próprio circuito que a criou.
(FABIO CYPRIANO)
PARALELA 10
ONDE Liceu de Artes e Ofícios (r.
Jorge de Miranda, 676, tel. 0/ xx/
11/3229-9389)
QUANDO ter. a sex., 12h às 18h;
sáb. e dom., 10h às 18h; até 28/11
QUANTO grátis
AVALIAÇÃO ruim
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