|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA - ESTRÉIAS
"A Razão' confronta tribos sexuais
LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada
O estilo "Casablanca" do amor
até as últimas consequências já
não enche tanto a barriga de ninguém em Hollywood. A mistura de
tribos sexuais é o novo filão de filme romântico explorado pela indústria do cinema americano nestes tempos recentes.
Hollywood tem obtido sucesso
tirando personagens gays do armário e feito deles co-estrelas de
novas produções. Desde que, claro, em duelos amorosos com os de
orientação sexuais opostas, os heteros, ou "straight", como dizem
por lá.
Exemplos da nova onda começam a bater aqui no Brasil.
Um dos destaques da atual edição da MostraRio de Cinema é
"Billy's Hollywood Screen Kiss",
comédia que estreou há pouco nos
EUA e traz na história a luta de um
fotógrafo homossexual para conquistar um rapaz heterossexual
(porém não muito).
Mais bem-sucedida foi a performance deste "A Razão do Meu Afeto" ("The Object of My Affection"), que entra em cartaz hoje
nos cinemas brasileiros.
"A Razão do Meu Afeto", história
de uma mulher (straight) que
transforma seu melhor amigo
(gay) no tal objeto de seu afeto,
emplacou no final de abril, logo em
seu fim-de-semana de estréia, um
glorioso segundo lugar nas bilheterias da América.
Simpática comédia séria (ou drama engraçado, o que for), o filme
traz a sedutora Jennifer Aniston
(da série "Friends") como Nina,
abastada garota que despreza a
fortuna da família para morar no
Brooklin e trabalhar em assistência social.
Nina dá conselhos amorosos para garotas pobres, mas ela mesmo
tem muita dificuldade em se relacionar "mais profundamente"
com seu namorado, do qual, para
piorar, espera um não-planejado
filho.
Tudo muda quando ela conhece
o sensível e puro George (Paul
Rudd), professor homossexual
que é expulso da casa do namorado e vai morar com a carente de
afeto Nina.
"A Razão do Meu Afeto" brinca
com a estereotipada lenda urbana
que circula entre meninas na qual
caras legais e atrativos, hoje em
dia, são gays em sua maioria.
O esforço de Nina em tentar mudar a opção sexual de seu doce e
lindo amigo gay, que a livra do namorado heterossexual egoísta e
feio, podia desembocar em uma
"moral da história" das piores.
Mas o filme até que escapa do
maniqueísmo sexual. E consegue
acabar sem desagradar nenhuma
das tribos.
²
²
Filme: A Razão do Meu Afeto
Produção: EUA, 1998
Direção: Nicholas Hytner
Com: Jennifer Aniston, Paul Rudd, Kali
Rocha
Quando: estréia hoje nos cinemas Iguatemi
2, West Plaza 3, Center Norte 2, Metrô
Tatuapé 7 e circuito
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|