São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

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FILMES

Jesus
Globo, 15h30.
  
(Jesus). EUA/Itália/Alemanha/República Tcheca, 1999. Direção: Roger Young. Com Jeremy Sisto, Jacqueline Bisset, Armin Mueller-Stahl, Gary Oldman. Originalmente uma minissérie de TV (a Globo não informa a metragem que usará) sobre a vida de Jesus, da qual se busca evidenciar, sobretudo, o lado humano. Estamos em Finados, para quem tiver esquecido.

Alta Freqüência
SBT, 22h30.
  
(Frequency). EUA, 2000, 117 min. Direção: Gregory Hobbit. Com Dennis Quaid, James Caviezel. Pelas ondas do rádio, pai adverte o filho, policial, de uns tantos perigos que o espreitam. O primeiro problema é que o pai já está morto. O segundo é que, ao seguir os conselhos da voz, o policial transtorna a ordem natural das coisas.

Intercine
Globo, 1h25.

"Nell" (1994, de Michael Apted, com Jodie Foster, Natasha Richardson) e "Um Sorriso como o Seu" (1997, de Keith Amples, com Greg Kinnear, Joan Cusack) concorrem ao pleito que elegerá o filme da terça.

Truman
SBT, 3h15.
   
(Truman). EUA, 1995, 130 min. Direção: Frank Pierson. Com Gary Sinise, Diana Scarwid. Biografia (feita para TV a cabo) do homem que, tendo substituído Frank Roosevelt, por morte, na Presidência dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, acabou responsável, entre outros, por detonar as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Vale ao menos uma espiada, pois Pierson é artesão eficaz. Só para São Paulo.

Tarde Demais para o Amor
Globo, 3h20.
 
(Matters of the Heart). EUA, 1990, 120 min. Direção: Michael Rhodes. Com Jane Seymour, Christopher Gartin. Pianista famosa, depressiva e madura envolve-se com um jovem pianista, talentoso e interiorano. As palavras-chave são madura e jovem -que determinarão o destino da história. (IA)

Na fotogenia de San Francisco

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Com o perdão das demais, não existe cidade tão fotogênica quanto San Francisco. Hitchcock usou-a até o talo em "Um Corpo que Cai". Peter Yates voltou a ela em "Bullitt" (Film & Arts, 21h30).
Nos dois casos o que mais se aproveita é a topografia particular, as ladeiras, o alto e o baixo, a vista vertiginosa, a sensação de constante instabilidade. No registro do suspense hitchcockiano, tudo parece andar em câmera lenta. Em "Bullitt", tudo trepida. Mas isso é o de menos: temos a sensação de que, a cada esquina, a cada curva, a cada sobe-e-desce, algo de inesperado está para acontecer.
A seqüência de perseguição de carro é um portento. Como ainda tem Steve McQueen no papel central, "Bullitt" é, para resumir, tudo aquilo que um filme de ação sempre quis ser.

"REALITY SHOW"

"Negócio de Família" dessacraliza a morte

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REDAÇÃO

Nos últimos dois meses a TV brasileira recebeu -via canais pagos- uma enxurrada de "reality shows". A bem-sucedida fórmula desse tipo de programa continua gerando variações, ainda que em seu principal território, os Estados Unidos, esteja (não sem motivo) perdendo o prestígio. O estilo em voga por aqui são os programas que acompanham rotinas profissionais. Cozinheiros, policiais, médicos, aviadores, todos têm seu "reality show", mostrando as alegrias, agruras e detalhes pitorescos de cada profissão.
"Negócio de Família", que o A&E Mundo exibe às quartas, às 22h30, leva a fórmula ao seu extremo de extravagância (ou mau gosto, dependendo do ponto de vista) -até agora. O programa acompanha a rotina de uma família que gerencia uma funerária. Basicamente a mesma idéia da bem-sucedida série "A Sete Palmos" (que o Warner exibe), mas com profissionais de verdade.
Os integrantes do "reality coveiros" formam a família Wissmiller. Chuck, o pai ex-alcoólatra, cuida da remoção de corpos. Emily, a caçula, é secretária da funerária. Shonna, a irmã do meio, é embalsamadora. Melissa, a mais velha, é assistente funerária e noiva do dono do negócio, Rick. Junto com David, diretor funerário, e John, assistente, eles tocam a Funerária Poway Bernardo, na Califórnia.
O "reality" se ancora em uma mistura de "por dentro da profissão" com "por dentro da família". Mostra o lado "negócio" da funerária, com seus embalsamamentos, enterros e cremações tratados como objetos de trabalho, alternado com o lado "confusões de família", com os relacionamentos atribulados entre pai e filhas, irmãs, casais.
Cheio de trocadilhos, nem sempre traduzíveis, com o tema "morte", e de filosofia tão rasa que não chega a sete palmos, o programa serve para, no mínimo, mostrar que mesmo a morte pode ser dessacralizada na forma de apenas mais um negócio.


NEGÓCIO DE FAMÍLIA. Quando: quartas, às 22h30, no A&E Mundo.


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