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Gil faz promessas "joyceanas" em Porto Alegre
DO ENVIADO A PORTO ALEGRE
A mesma Porto Alegre que foi
palco do lançamento da primeira
versão infantil de um dos romances mais enigmáticos do mundo
viu na mesma semana a promessa
de algo quase tão difícil quanto o
trabalho de Donaldo Schüler.
No mesmo palanque em que o
"patrono" e outras cinco dezenas
de convidados inauguraram a 50ª
Feira do Livro de Porto Alegre, o
ministro da Cultura, Gilberto Gil,
disse que o governo apresentaria
em dezembro um plano para o livro e a leitura no Brasil que "deve
durar até 2022". Gil foi além. "Aumentaremos em três anos o índice de leitura do país em 50%."
Não ficou só na boca do compositor de "andar com fé eu vou/que
a fé não costuma faiá". No mesmo
dia, pela tarde, dois assessores de
Gil apresentaram com detalhes as
silhuetas desse projeto, durante o
32º Encontro Nacional de Editores e Livreiros.
Galeno Amorim, coordenador
do programa Fome do Livro, e o
presidente da Biblioteca Nacional, Pedro Corrêa do Lago, afiançaram para mais de uma centena
de profissionais que participaram
do evento organizado pela Câmara Brasileiro do Livro que as coisas correriam bem.
Amorim disse que 2005, escolhido Ano Ibero-Americano da
Leitura por chefes de Estado dos
países envolvidos, será o "ano
modelo". Reafirmando os quatro
eixos de seu programa (democratização ao acesso ao livro e leitura,
investimento na formação, valorização do livro no imaginário coletivo e apoio às cadeias produtivas
e criativas do livro), disse que o
Plano Nacional do Livro e da Leitura já está pactuado com 14 ministérios, governos estaduais, prefeituras, estatais e ONGs.
Amorim e Corrêa do Lago não
foram os únicos pontas-de-lança
do livro brasileiro no evento. Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, José
Henrique Paim Fernandes trouxe
mais novidades.
Ele garantiu que o Programa
Nacional Biblioteca da Escola
(PNBE), iniciativa de distribuição
de livros não didáticos para todo
o país, vai mesmo voltar em 2005
e que suas bases serão anunciadas
ainda em novembro.
Paim Fernandes também prometeu a ampliação da compra de
livros para alunos do ensino médio. O programa, que envolvia só
o primeiro ano, será estendido em
2006 às três séries.
O dirigente falou ainda sobre
uma novidade "técnica", a Comissão Especial de Julgamento,
recém-criada para julgar excessos
no assédio de editoras a professores (que escolhem boa parte dos
livros adotados pelo governo).
O assédio a ele mesmo, garantiu, é de fácil administração. Provocado pela Folha, que perguntou como era ser um dos "maiores compradores de livros do
mundo" (o órgão que preside
compra em média 110 milhões de
livros por ano) diante de uma platéia de editores e livreiros, respondeu: "Isso é moleza".
(CEM)
O jornalista Cassiano Elek Machado
viajou a convite da Câmara Brasileira do
Livro
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