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Crítica
Hitchcock flerta com o humor em "Frenesi"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe quem esnobe "Frenesi" (TCM, 0h40), o que me parece uma injustiça quase escabrosa. A alegação habitual, de
que Hitchcock teria estado perturbado na filmagem e, inclusive, ausente dela durante alguns
dias por conta do sério estado
de saúde de Alma, sua mulher,
me parece bem insuficiente.
Com exceção de uma cena
sem importância, todo Hitchcock está lá, de volta a Londres,
de volta ao mercado (que, em
seguida, seria destruído) onde
seu pai trabalhava.
Lá agora espalha terror um
assassino de mulheres com
quem é confundido, como sempre, o herói do filme.
Embora o suspense domine a
ação, o tom será dado pelo humor. E o principal virá da mulher do inspetor, que, seja por
sua culinária horrível, seja por
suas deduções brilhantemente
lógicas em matéria de crime,
paira sobre os acontecimentos.
No mais, os ares de Londres,
onde não filmava desde antes
da guerra, parecem animar esse
Hitchcock descontraído, porém cheio de inspiração.
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