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Crítica
Faroeste aborda liberdade feminina
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se não foi a primeira incursão de Claudia Cardinale ao Velho Oeste, "Os Profissionais"
(TCM, 20h; classificação indicativa não informada) foi a primeira a fazer barulho. Ela vinha cercada de um grupo de
atores de primeiro time: Burt
Lancaster, Robert Ryan, Lee
Marvin, Ralph Bellamy, Jack
Palance etc. A direção era de
Richard Brooks e a produção,
muito maior do que a habitual
para o gênero.
De resto, a história a contar
era muito forte: Bellamy é o sujeito que contrata um grupo de
aventureiros para seguir o bando de um rebelde mexicano
(Palance) que raptou sua mulher (Cardinale). Existe, por
um lado, a perseguição: ela em
si é interessante e tensa. Mas
existe, sobretudo, a dúvida: teria sido ela, de fato, raptada?
Entramos num terreno muito
freqüentado por Brooks: o da
liberdade feminina.
O Oeste não deixa de ser um
estranho lugar para abordá-la,
porque lá as mulheres têm um
lugar secundário, quando têm.
Mas o autor de "À Procura de
Mr. Goodbar" não deixaria de
achar um jeito de encaixá-la
em lugar de relevo: coisas assim são as que se espera de um
cineasta liberal por excelência.
No TCM, no entanto, o dia
não é de Claudia, e sim de Burt
Lancaster, de quem se festejam
os 95 anos de nascimento e que
comparece em "Baixeza"
(16h30; classificação indicativa
não informada) e "Os Assassinos" (22h; classificação indicativa não informada), de Robert
Siodmak.
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