São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2008

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Crítica

Faroeste aborda liberdade feminina

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se não foi a primeira incursão de Claudia Cardinale ao Velho Oeste, "Os Profissionais" (TCM, 20h; classificação indicativa não informada) foi a primeira a fazer barulho. Ela vinha cercada de um grupo de atores de primeiro time: Burt Lancaster, Robert Ryan, Lee Marvin, Ralph Bellamy, Jack Palance etc. A direção era de Richard Brooks e a produção, muito maior do que a habitual para o gênero.
De resto, a história a contar era muito forte: Bellamy é o sujeito que contrata um grupo de aventureiros para seguir o bando de um rebelde mexicano (Palance) que raptou sua mulher (Cardinale). Existe, por um lado, a perseguição: ela em si é interessante e tensa. Mas existe, sobretudo, a dúvida: teria sido ela, de fato, raptada? Entramos num terreno muito freqüentado por Brooks: o da liberdade feminina.
O Oeste não deixa de ser um estranho lugar para abordá-la, porque lá as mulheres têm um lugar secundário, quando têm. Mas o autor de "À Procura de Mr. Goodbar" não deixaria de achar um jeito de encaixá-la em lugar de relevo: coisas assim são as que se espera de um cineasta liberal por excelência.
No TCM, no entanto, o dia não é de Claudia, e sim de Burt Lancaster, de quem se festejam os 95 anos de nascimento e que comparece em "Baixeza" (16h30; classificação indicativa não informada) e "Os Assassinos" (22h; classificação indicativa não informada), de Robert Siodmak.


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