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Documenta 13 tem recorde de organizadores em 2012
Equipe de 14 curadores é complementada por 11 conselheiros vindos de áreas distantes do mundo da arte
FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO
Dois geneticistas, uma
zoóloga, um arqueólogo e
um físico estão entre os 25
membros da equipe de organização da Documenta 13
anunciados, na última sexta,
em Berlim, pela diretora artística do evento, Carolyn
Christov-Bakargiev.
Nunca a mostra, que ocorre a cada cinco anos e é considerada a mais importante
nas artes plásticas, contou
com um grupo tão grande em
sua organização.
Christov-Bakargiev esteve
em São Paulo para a abertura
da 29ª Bienal e adiantou à
Folha sua equipe, com o
compromisso de que ela fosse divulgada apenas após a
entrevista coletiva alemã.
"Pela colagem das pessoas
que estou divulgando se chega ao conceito da Documenta", afirmou no jardim do hotel onde se hospedou aqui.
PERCURSO DE VOZES
A equipe está dividida em
dois times: um composto por
14 agentes -como ela chama
os curadores- e outro por 11
conselheiros, quase todos especialistas de áreas distantes
do campo da arte. "Minha
Documenta não é apenas minha Documenta. É um momento num percurso e, nele,
há muitas vozes."
Pela amplitude desse coral, pode-se antever que a
mostra em Kassel, na Alemanha, programada para 2012,
poderá tocar temas inusuais
no circuito das artes, como
teletransporte -área de pesquisa do austríaco Anton Zeilinger- ou ciborgues -assunto de um manifesto de
1985, da zoóloga norte-americana Donna Haraway.
Ambos estão entre os conselheiros, assim como o escritor mexicano Mario Bellatin, que tem publicado no
Brasil "Flores" (Cosac Naify,
R$ 39, 153 págs.), e o artista
francês Pierre Huyghe.
Já entre os agentes, encontra-se a espanhola Chus Martínez, uma das cocuradoras
da 29ª Bienal, e o lituano Raimundas Malasauskas.
"Ele organizou uma exposição de hipnose com trabalhos feitos para o cérebro dos
visitantes e a mostra ocorria
apenas em quem era hipnotizado", afirmou Christov-Bakargiev, sobre o evento no
museu Tamayo, no México.
Para ela, contudo, reunir
temas e experimentos como
esse não é inusitado: "Arte é
um campo aberto para tudo e
os artistas redefinem o campo da arte o tempo todo. Algo
que não é considerado arte
pode passar a ser definido como tal. Então, acho que estou
sendo bastante normal."
Quando esteve em São
Paulo, a diretora participou
de um debate no Instituto
Goethe onde anunciou o título provisório da Documenta,
inspirado na forma de escrever de Gertrude Stein (1874-1946): "A dança era muito
frenética, viva, de chocalhar,
tinir, rolar, contorcer e durar
muito tempo".
Durante a entrevista,
Christov-Bakargiev chegou a
pedir a uma assistente para
enviar o título à reportagem.
"Eu o escrevi para não me
lembrar, mas experimentar
um título performativo."
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