São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

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Documenta 13 tem recorde de organizadores em 2012

Equipe de 14 curadores é complementada por 11 conselheiros vindos de áreas distantes do mundo da arte

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

Dois geneticistas, uma zoóloga, um arqueólogo e um físico estão entre os 25 membros da equipe de organização da Documenta 13 anunciados, na última sexta, em Berlim, pela diretora artística do evento, Carolyn Christov-Bakargiev.
Nunca a mostra, que ocorre a cada cinco anos e é considerada a mais importante nas artes plásticas, contou com um grupo tão grande em sua organização.
Christov-Bakargiev esteve em São Paulo para a abertura da 29ª Bienal e adiantou à Folha sua equipe, com o compromisso de que ela fosse divulgada apenas após a entrevista coletiva alemã. "Pela colagem das pessoas que estou divulgando se chega ao conceito da Documenta", afirmou no jardim do hotel onde se hospedou aqui.

PERCURSO DE VOZES
A equipe está dividida em dois times: um composto por 14 agentes -como ela chama os curadores- e outro por 11 conselheiros, quase todos especialistas de áreas distantes do campo da arte. "Minha Documenta não é apenas minha Documenta. É um momento num percurso e, nele, há muitas vozes."
Pela amplitude desse coral, pode-se antever que a mostra em Kassel, na Alemanha, programada para 2012, poderá tocar temas inusuais no circuito das artes, como teletransporte -área de pesquisa do austríaco Anton Zeilinger- ou ciborgues -assunto de um manifesto de 1985, da zoóloga norte-americana Donna Haraway.
Ambos estão entre os conselheiros, assim como o escritor mexicano Mario Bellatin, que tem publicado no Brasil "Flores" (Cosac Naify, R$ 39, 153 págs.), e o artista francês Pierre Huyghe.
Já entre os agentes, encontra-se a espanhola Chus Martínez, uma das cocuradoras da 29ª Bienal, e o lituano Raimundas Malasauskas.
"Ele organizou uma exposição de hipnose com trabalhos feitos para o cérebro dos visitantes e a mostra ocorria apenas em quem era hipnotizado", afirmou Christov-Bakargiev, sobre o evento no museu Tamayo, no México.
Para ela, contudo, reunir temas e experimentos como esse não é inusitado: "Arte é um campo aberto para tudo e os artistas redefinem o campo da arte o tempo todo. Algo que não é considerado arte pode passar a ser definido como tal. Então, acho que estou sendo bastante normal."
Quando esteve em São Paulo, a diretora participou de um debate no Instituto Goethe onde anunciou o título provisório da Documenta, inspirado na forma de escrever de Gertrude Stein (1874-1946): "A dança era muito frenética, viva, de chocalhar, tinir, rolar, contorcer e durar muito tempo".
Durante a entrevista, Christov-Bakargiev chegou a pedir a uma assistente para enviar o título à reportagem. "Eu o escrevi para não me lembrar, mas experimentar um título performativo."


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