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EUA preserva a música do Brasil
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington
Música folclórica de diversas
partes do mundo, inclusive do
Brasil, está sendo preservada pela
Biblioteca do Congresso em Washington. Os dois CDs brasileiros
do Projeto Música em Extinção
acabam de ser colocados à venda.
Eles trazem seleções de músicas
do Ceará e de Minas, compiladas
nos anos 40 pelo compositor e
professor Luiz Heitor Corrêa de
Azevedo, e uma parte das gravações feitas pela missão folclórica
que a Discoteca Pública Municipal
de São Paulo despachou para o
Nordeste do país em 38.
Mais música brasileira estará no
sexto CD do projeto, que vai reunir folclore yoruba de quatro países: Haiti, Cuba e Trinidad-Tobago, além do Brasil. O lançamento
do álbum está previsto para 98.
A Biblioteca do Congresso dos
EUA, a maior do mundo, tem cerca de 60 mil horas de gravações de
músicas folclóricas do mundo.
Allan Jabour, o responsável pelo
projeto procurou o melhor material inédito para colocar nos CDs.
A qualidade fonográfica dos originais foi dramaticamente melhorada no estúdio 360 Graus, que
pertence a Mick Hart, o músico da
banda de rock Grateful Dead.
Foram feitas cinco mil cópias dos
CDs brasileiros. Jabbour disse à
Folha que gostaria de poder vendê-los também no Brasil mas que
por enquanto ainda não encontrou quem se interessasse em distribuí-los no país. "Quem sabe alguém não se anime a editar mais
das quase cem horas de música
brasileira que temos aqui?"
A edição dos dois CDs brasileiros
é primorosa. Destacam-se os textos que acompanham os discos.
Eles foram escritos por Morton
Marks, um professor de Nova
York que viveu no Brasil nos anos
70, onde pesquisou umbanda, batuque e candomblé.
Além do texto, Marks também
cedeu as fotos das capas dos CDs e
ajudou a selecionar as músicas que
foram gravadas. Ele diz que o trabalho foi feito com o público norte-americano em mente.
Jabbour afirma que o objetivo do
projeto não é fazer lucro mas é importante que ele não seja deficitário. As despesas são divididas por
três: a Biblioteca do Congresso, o
estúdio de Mick Hart e a gravadora
Rykodisk, que distribui nos EUA.
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