São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2004

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ARTE

Mostra, que reúne telas de José Pancetti, Di Cavalcanti e Cândido Portinari, abre hoje no Paço Imperial do Rio de Janeiro

"Eleitos" de Roberto Marinho ganham exposição

DA SUCURSAL DO RIO

São 28 telas de Pancetti, 20 de Di Cavalcanti, 12 de Portinari, 15 de Guignard, 40 de Ismael Nery... Como colecionador, Roberto Marinho (1904-2003) tinha seus eleitos e nunca deixou de investir neles. Suas obsessões artísticas estão à mostra na exposição "O Século de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho", que abre hoje, véspera do centenário do jornalista e empresário, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro.
"Roberto Marinho apostou nos artistas da geração dele, que não eram consagrados quando começou a comprar obras, nos anos 30. Em vez de investir no certo, acreditou em artistas iniciantes. Acabou montando um painel da arte moderna brasileira", diz Lauro Cavalcanti, curador da mostra e diretor do Paço.
Ele selecionou para a mostra 240 das 1.342 obras do acervo do empresário. Segundo Cavalcanti, "é a nata da coleção" que está exposta a partir de hoje. O ponto forte da exposição são as 16 salas individuais, reunindo os conjuntos de trabalhos dos artistas preferidos de Roberto Marinho.
"É uma rara oportunidade de o público ver, num mesmo lugar, vários Di Cavalcantis, vários Portinaris, vários Guignards", ressalta ele. Um dos quadros de que o colecionador mais gostava, por exemplo, é "O Boneco", pintado por Pancetti em 1939.
O curador arbitrou três elementos para guiar a montagem da exposição: a água, indicando a paixão do empresário pelo mar e representada, por exemplo, pelas marinhas de Pancetti; a terra, simbolizando a construção do Brasil moderno e contando com telas de Portinari, Djanira e outros; e o ar, traduzindo os meios de comunicação e tendo a "arte etérea" de Guignard como um dos destaques.
A mostra também conta com trabalhos de artistas menos conhecidos, como Roberto Rodrigues, irmão de Nelson Rodrigues assassinado aos 23 anos e que comparece com sete telas. Guaches e nanquins do escritor Ariano Suassuna também estão expostos.
As pinturas formam quase toda a coleção, mas há esculturas de Maria Martins, Bruno Giorgio e Frans Krajcberg, entre outros. Embora predomine a arte moderna e figurativa, também há trabalhos abstracionistas e contemporâneos como os de Iberê Camargo, Manabu Mabe e Jorge Guinle Filho.
A exposição segue em março para o Museu de Arte Moderna de São Paulo.


O SÉCULO DE UM BRASILEIRO: COLEÇÃO ROBERTO MARINHO. Onde: Paço Imperial (pça. Quinze de Novembro, 48, centro, tel. 0/xx/21/ 2533-4491). Quando: ter. a dom., das 12h às 18h; até 13/2. Quanto: grátis.


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