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ARTE
Mostra, que reúne telas de José Pancetti, Di Cavalcanti e Cândido Portinari, abre hoje no Paço Imperial do Rio de Janeiro
"Eleitos" de Roberto Marinho ganham exposição
DA SUCURSAL DO RIO
São 28 telas de Pancetti, 20 de Di
Cavalcanti, 12 de Portinari, 15 de
Guignard, 40 de Ismael Nery...
Como colecionador, Roberto Marinho (1904-2003) tinha seus eleitos e nunca deixou de investir neles. Suas obsessões artísticas estão
à mostra na exposição "O Século
de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho", que abre hoje, véspera do centenário do jornalista e
empresário, no Paço Imperial, no
Rio de Janeiro.
"Roberto Marinho apostou nos
artistas da geração dele, que não
eram consagrados quando começou a comprar obras, nos anos 30.
Em vez de investir no certo, acreditou em artistas iniciantes. Acabou montando um painel da arte
moderna brasileira", diz Lauro
Cavalcanti, curador da mostra e
diretor do Paço.
Ele selecionou para a mostra
240 das 1.342 obras do acervo do
empresário. Segundo Cavalcanti,
"é a nata da coleção" que está exposta a partir de hoje. O ponto
forte da exposição são as 16 salas
individuais, reunindo os conjuntos de trabalhos dos artistas preferidos de Roberto Marinho.
"É uma rara oportunidade de o
público ver, num mesmo lugar,
vários Di Cavalcantis, vários Portinaris, vários Guignards", ressalta ele. Um dos quadros de que o
colecionador mais gostava, por
exemplo, é "O Boneco", pintado
por Pancetti em 1939.
O curador arbitrou três elementos para guiar a montagem da exposição: a água, indicando a paixão do empresário pelo mar e representada, por exemplo, pelas
marinhas de Pancetti; a terra, simbolizando a construção do Brasil
moderno e contando com telas de
Portinari, Djanira e outros; e o ar,
traduzindo os meios de comunicação e tendo a "arte etérea" de
Guignard como um dos destaques.
A mostra também conta com
trabalhos de artistas menos conhecidos, como Roberto Rodrigues, irmão de Nelson Rodrigues
assassinado aos 23 anos e que
comparece com sete telas. Guaches e nanquins do escritor Ariano Suassuna também estão expostos.
As pinturas formam quase toda
a coleção, mas há esculturas de
Maria Martins, Bruno Giorgio e
Frans Krajcberg, entre outros.
Embora predomine a arte moderna e figurativa, também há trabalhos abstracionistas e contemporâneos como os de Iberê Camargo, Manabu Mabe e Jorge Guinle
Filho.
A exposição segue em março
para o Museu de Arte Moderna de
São Paulo.
O SÉCULO DE UM BRASILEIRO:
COLEÇÃO ROBERTO MARINHO. Onde:
Paço Imperial (pça. Quinze de
Novembro, 48, centro, tel. 0/xx/21/
2533-4491). Quando: ter. a dom., das
12h às 18h; até 13/2. Quanto: grátis.
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