JOSIMAR MELO
COLUNISTA DA FOLHA

É preciso decidir o que se busca ao visitar o Boa Bistrô, cujo nome completo (para você entender o que eu digo) é Boa Bistrô & Bem Estar. Tem até uma profissão de fé: "Comer, beber, com saúde e prazer / relaxar, cuidar do corpo, da mente / e, se puder, nada fazer".
A pergunta é: dá para comer com uma missão tão séria dessas na cabeça?
Bem, dá sim, principalmente se você se concentrar na comida, que é bem interessante. Mesmo que talvez não seja o objetivo das sócias Graziela Calfat, 35, Cristina Piereck, 28, e Ivana Morettin, 37. Sem experiência na área, elas ambicionaram um espaço que estimulasse a qualidade de vida, o prazer sensorial, massagens, cursos... e comida.
Para cozinhar convocaram uma chef sintonizada com essa visão e com boa experiência. Tatiana Szeles, paulista de 28 anos, trabalhou com chefs como Alex Atala, Daniel Bouloud (em Nova York) e Renata Braune e chefiou recentemente o Le Tan Tan.
Para o Boa Bistrô ela criou um cardápio moderno e leve, com pouca fritura e muito azeite, grãos e especiarias. Bacana, embora nem tudo ainda muito concatenado.
Para comer com a mão, bons charutinhos de couve com queijo de cabra, castanha de caju e pimenta dedo-de-moça. O caldo morno de legumes com grãos, iogurte e cebolinha é bastante ácido. O sauté de lula com quiabo, coentro e gelatina de capim-santo quase só tem o gosto deste último, além de não parecer um sauté, mas um ensopado.
Em compensação, o "badejo bem acompanhado" fez jus ao nome: vem com ótimos legumes assados, sauté de acelga com gengibre e redução de vinagre balsâmico.

$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim