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Mudhoney chega como o "primo pobre" que inventou o grunge
COLUNISTA DA FOLHA
Com a máxima do "quem é vivo sempre aparece" aplicada ao
rock, os grupos americanos Pearl
Jam e Mudhoney chegam hoje a
São Paulo na série de shows mais
aguardada de um ano cheio de
shows aguardados. Sobreviventes
da revolução grunge que balançou o pop nos anos 90 e espécie de
"primo rico" e "primo pobre" da
turma de Seattle. A primeira banda vem pela primeira vez ao Brasil
e a segunda, pela segunda.
"Não sei bem exatamente por
que eles resolveram botar a gente
nessa turnê, mas nos ligaram há
mais ou menos um mês convidando e eu disse: "Pearl Jam, Brasil, shows lotados? Claro que vamos'", afirmou à Folha o vocalista
Mark Arm, do Mudhoney, em entrevista na sexta-feira passada direto da Argentina.
"Fizemos dois shows em Santiago e foi inacreditável. A platéia
tem demonstrado um nível de entusiasmo incrivelmente alto", deleitava-se Mark Arm, que já veio
ao país com o Mudhoney em 2001
e lembra ter excursionado com o
Pearl Jam em 1993, época em que
a barulheira punk metal pop de
Seattle liderava as paradas do
mundo inteiro.
A ligação entre Pearl Jam e Mudhoney, resgatada agora na turnê
latina, é de muito tempo. No começo dos 80, Mark Arm já cantava no Green River, a primeira
banda da famosa cena de Seattle e
embrionária dos dois grupos.
Mark Arm é o cara que inventou o termo grunge ("Foi um termo que eu tirei do rock australiano sujo"), mas nunca conseguiu
vender milhões de disco, tal qual
Nirvana e Pearl Jam.
"Nosso apelo às massas era outro. Seria esquisito saber que músicas como "Touch Me I'm Sick"
faria um disco vender milhões.
Mas não sou nada infeliz com o
que conquistamos."
Em março, a banda lança pela
Sub Pop seu nono álbum de estúdio, "Under a Billion Suns".
"O disco está pronto, só falta a
capa", revelou um entusiasmado
Arm. "Como é o álbum? Bem...
Mudhoney. Nossos discos vão
sempre soar como Mudhoney,
não importa a direção que o rock
ou até mesmo nós tomemos."
Para promover o CD novo, a
banda já tem marcadas turnês na
Europa e no Japão/Austrália, onde são, hum, bem famosos. Mas
antes de tudo isso eles passam
aqui no Brasil.
Mark Arm, na verdade, está virando freqüentador do aeroporto
de São Paulo. Ele esteve cantando
na cidade em agosto último, no
Campari Rock, como vocalista do
grupo MC5, a atração principal
do evento...
(LÚCIO RIBEIRO)
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