São Paulo, sexta-feira, 02 de dezembro de 2005

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Mudhoney chega como o "primo pobre" que inventou o grunge

COLUNISTA DA FOLHA

Com a máxima do "quem é vivo sempre aparece" aplicada ao rock, os grupos americanos Pearl Jam e Mudhoney chegam hoje a São Paulo na série de shows mais aguardada de um ano cheio de shows aguardados. Sobreviventes da revolução grunge que balançou o pop nos anos 90 e espécie de "primo rico" e "primo pobre" da turma de Seattle. A primeira banda vem pela primeira vez ao Brasil e a segunda, pela segunda.
"Não sei bem exatamente por que eles resolveram botar a gente nessa turnê, mas nos ligaram há mais ou menos um mês convidando e eu disse: "Pearl Jam, Brasil, shows lotados? Claro que vamos'", afirmou à Folha o vocalista Mark Arm, do Mudhoney, em entrevista na sexta-feira passada direto da Argentina.
"Fizemos dois shows em Santiago e foi inacreditável. A platéia tem demonstrado um nível de entusiasmo incrivelmente alto", deleitava-se Mark Arm, que já veio ao país com o Mudhoney em 2001 e lembra ter excursionado com o Pearl Jam em 1993, época em que a barulheira punk metal pop de Seattle liderava as paradas do mundo inteiro.
A ligação entre Pearl Jam e Mudhoney, resgatada agora na turnê latina, é de muito tempo. No começo dos 80, Mark Arm já cantava no Green River, a primeira banda da famosa cena de Seattle e embrionária dos dois grupos.
Mark Arm é o cara que inventou o termo grunge ("Foi um termo que eu tirei do rock australiano sujo"), mas nunca conseguiu vender milhões de disco, tal qual Nirvana e Pearl Jam.
"Nosso apelo às massas era outro. Seria esquisito saber que músicas como "Touch Me I'm Sick" faria um disco vender milhões. Mas não sou nada infeliz com o que conquistamos."
Em março, a banda lança pela Sub Pop seu nono álbum de estúdio, "Under a Billion Suns".
"O disco está pronto, só falta a capa", revelou um entusiasmado Arm. "Como é o álbum? Bem... Mudhoney. Nossos discos vão sempre soar como Mudhoney, não importa a direção que o rock ou até mesmo nós tomemos."
Para promover o CD novo, a banda já tem marcadas turnês na Europa e no Japão/Austrália, onde são, hum, bem famosos. Mas antes de tudo isso eles passam aqui no Brasil.
Mark Arm, na verdade, está virando freqüentador do aeroporto de São Paulo. Ele esteve cantando na cidade em agosto último, no Campari Rock, como vocalista do grupo MC5, a atração principal do evento... (LÚCIO RIBEIRO)

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