São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Coleção Folha destaca Billie Holiday

Com biografia atormentada e interpretações de forte carga emotiva, cantora americana é das mais imitadas de todos os tempos

Uma das primeiras vocalistas negras a cantar com uma banda de brancos, Billie ficou conhecida por seus libelos anti-racistas


DA REPORTAGEM LOCAL

O volume 12 da Coleção Folha Clássicos do Jazz aborda, no próximo domingo, uma das cantoras-fetiche do século 20: Billie Holiday, de biografia atormentada e timbre inconfundível. Infância sofrida, vício em drogas, morte prematura: todos esses itens contribuíram para fazer dela um mito.
Mas havia também, é claro, a voz. Billie manejava sua vocalidade aparentemente frágil com sabedoria, adaptando os recursos vocais às necessidades musicais e dramáticas de cada canção, conferindo a suas interpretações forte carga emocional.
Nascida em Baltimore, Eleonora Fagan (1915-1959) não teve outro treinamento musical além das audições repetidas das gravações de Bessie Smith e Louis Armstrong. Começou a cantar em casas noturnas do Harlem (Nova York), onde adotou seu nome artístico.
Descoberta aos 18 anos de idade pelo caçador de talentos Joe Hammond, fez sua primeira gravação com a aclamada big band de Benny Goodman, associando-se, posteriormente, ao saxofonista Lester Young, que lhe conferiu o apelido de Lady Day, e cuja musicalidade tinha especial afinidade com a de Billie. Cantou ainda com as big bands de Count Basie e Artie Shaw. Sua associação com a orquestra desse último fez dela uma das primeiras vocalistas negras a cantar com uma banda de brancos -uma pequena revolução no quadro de segregação racial dos EUA dos anos 30.
A partir daí, consolidou-se como uma das principais intérpretes do jazz, não apenas nas baladas sexy às quais ficou mais associada, mas também em libelos anti-racistas, como "Strange Fruit", que descreve o linchamento de um negro.
Seu timbre juvenil, agudo e anasalado, e também a maneira peculiar e lânguida de fazer as frases musicais, fizeram dela não apenas uma das mais amadas, mas também uma das mais imitadas cantoras de todos os tempos.


Texto Anterior: Crítica/"Zodíaco": Suspense exige entrega incomum do espectador
Próximo Texto: Cinco novos filmes anunciam atriz em ascensão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.