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RÁDIO
PF investiga dossiê
sobre "máfia pirata"
DANIEL CASTRO
da Reportagem Local
A Polícia Federal de São Paulo abriu um inquérito para investigar ela própria e a Anatel.
O inquérito foi pedido pela
Anatel, provocada por um dossiê apócrifo que levanta suspeitas de que haveria uma máfia
de rádios piratas em São Paulo,
emissoras potentes que, às custas do pagamento de propinas,
se manteriam no ar com a ajuda de agentes da PF e da Anatel.
Aberto no final do ano passado, o inquérito deveria apurar
as denúncias do dossiê, mas as
investigações, nos últimos dias,
têm se focado na caça aos autores do documento.
O dossiê indica quais são as
piratas mais potentes da cidade
e que permanecem no ar quase
ininterruptamente, enquanto
as rádios comunitárias (as
clandestinas de baixa potência,
voltadas para comunidades locais) são perseguidas.
É o caso, por exemplo, da Planeta 90 (90,1 MHz), no ar há
três anos, irradiando para toda
a Grande São Paulo. Nunca foi
fechada. A PF até fez algumas
buscas, mas encontrou a estação "desativada".
Um anúncio publicado em
agosto do ano passado, em um
jornal paulistano, pôs mais lenha na fogueira. A publicidade
aludia a um suposto projeto
"Costa Norte" (das rádios supostamente envolvidas no esquema). Como uma rifa, dava
o nome das emissoras e as convocava para se apresentar na filial paulista da Anatel.
Até agora, o inquérito nada
concluiu. Mas a suspeita de que
há "vazamento" de informações sobre investigações intriga
delegados envolvidos na repressão às clandestinas. O vazamento de informações justificaria o fato de a PF sempre encontrar a Planeta 90 desativada
(fora do ar por instantes).
Em reunião em Brasília há
duas semanas, a PF e a Anatel
decidiram unificar em todo o
país seus métodos de repressão. Toda apreensão deve ter
mandado judicial e consequente inquérito. Em São Paulo,
atualmente, qualquer advogado pode ter conhecimento da
existência do mandado.
A PF fez arrastões no Estado
nos últimos dias. Fechou a A
Caminho do Sol, de Queluz,
que denunciou supostas irregularidades locais.
E-mail: daniel.castro@uol.com.br
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