São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2000


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RÁDIO
PF investiga dossiê sobre "máfia pirata"

DANIEL CASTRO
da Reportagem Local

A Polícia Federal de São Paulo abriu um inquérito para investigar ela própria e a Anatel.
O inquérito foi pedido pela Anatel, provocada por um dossiê apócrifo que levanta suspeitas de que haveria uma máfia de rádios piratas em São Paulo, emissoras potentes que, às custas do pagamento de propinas, se manteriam no ar com a ajuda de agentes da PF e da Anatel.
Aberto no final do ano passado, o inquérito deveria apurar as denúncias do dossiê, mas as investigações, nos últimos dias, têm se focado na caça aos autores do documento.
O dossiê indica quais são as piratas mais potentes da cidade e que permanecem no ar quase ininterruptamente, enquanto as rádios comunitárias (as clandestinas de baixa potência, voltadas para comunidades locais) são perseguidas.
É o caso, por exemplo, da Planeta 90 (90,1 MHz), no ar há três anos, irradiando para toda a Grande São Paulo. Nunca foi fechada. A PF até fez algumas buscas, mas encontrou a estação "desativada".
Um anúncio publicado em agosto do ano passado, em um jornal paulistano, pôs mais lenha na fogueira. A publicidade aludia a um suposto projeto "Costa Norte" (das rádios supostamente envolvidas no esquema). Como uma rifa, dava o nome das emissoras e as convocava para se apresentar na filial paulista da Anatel.
Até agora, o inquérito nada concluiu. Mas a suspeita de que há "vazamento" de informações sobre investigações intriga delegados envolvidos na repressão às clandestinas. O vazamento de informações justificaria o fato de a PF sempre encontrar a Planeta 90 desativada (fora do ar por instantes).
Em reunião em Brasília há duas semanas, a PF e a Anatel decidiram unificar em todo o país seus métodos de repressão. Toda apreensão deve ter mandado judicial e consequente inquérito. Em São Paulo, atualmente, qualquer advogado pode ter conhecimento da existência do mandado.
A PF fez arrastões no Estado nos últimos dias. Fechou a A Caminho do Sol, de Queluz, que denunciou supostas irregularidades locais.

E-mail: daniel.castro@uol.com.br


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