|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POPLOAD
Californication - parte 2
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA, EM LOS ANGELES
Apareceu na seção de lançamentos da Amoeba Music
de Los Angeles, a maior loja de
discos/DVD do mundo, a edição
especial do CD "The Modern Lovers" (1976), da banda americana
de mesmo nome. Isso, como eles
dizem nos EUA, é "huge", ou
aquela "palavra-de-quatro-letras" na tradução brasileira.
O Modern Lovers, de Boston, é
uma daquelas ótimas bandas pré-punks dos 60/70, de garagem, que
caminhava paralela a Velvet Underground, The Stooges etc. reconstruindo no underground um
mundo musical pós-Woodstock,
pós-Hendrix e pós-Beatles. Para
muitos, o ML é a mais querida de
todas, por causa de Jonathan
Richman, sua voz de menino chapado e as melhores letras de rock,
tirando as do Morrissey.
Dentre as muitas obras-primas
do disco, retrato do cotidiano de
um cara regular de Massachusetts
que ama música, dirigir rápido e
garotas, "The Modern Lovers"
tem "Hospital", balada cruelmente linda em que Richman faz juras
para a menina que convalesce de
alguma coisa em algum hospital.
Ele quer voltar para a vida dela
quando a moça tiver alta. Pega o
metrô e vai dar umas voltas no subúrbio dela. Morre de ciúme
quando cruza por lá os ex-namorados dela. E, enquanto ela não sai
do hospital, vai a docerias porque
a vida dele sofre uma carência de
coisas doces. Richman é gênio.
Mas não entendi por que esta
reedição, com faixas extras e versões alternativas, está como "new
releases" na Amoeba. Mas quem
se importa com isso? Os Modern
Lovers fazem todo o sentido hoje,
olhando para essa leva de bandas
novas legais da Inglaterra, cheia
de moleques cantando sobre o cotidiano ordinário por meio de
músicas ótimas e letras cheias de
poesia juvenil. Há muito de Modern Lovers em Art Brut, Rakes e
Arctic Monkeys. Ouve lá.
Medo
Na mesa de entrevistas com
Kiefer Sutherland, sobre a série
"24 Horas", soltei uma pergunta
que, com o melhor olhar "Jack
Bauer", ele virou para mim e respondeu: "Entendo o que você fala, mas não concordo com o que
você diz". Por um momento, pensei que ele ia tirar a arma de baixo
da mesa, disparar, voar por cima
para me imobilizar, ligar para a
CTU e dizer: "Ribeiro está pego.
Eu repito: Ribeiro está pego".
Se tudo correr como o programado, as infos sobre a nova temporada, mais a entrevista com Sutherland, aparecem aqui nesta
Ilustrada, no domingo.
E para quem estava com saudade da loiríssima Elisha Cuthbert, a
Kim Bauer, pode ir arrumar esse
cabelo e botar uma roupa bonita.
Ela está de volta na segunda temporada. E, mais, estrela o clipe novo da banda Weeze. Não errei
não. É Weezer, sem o "r" final.
Por culpa da Elisha.
O mundo é indie
No bem simpático filme "O Matador", previsto para estrear semana que vem no Brasil, Pierce
Brosnan mostra que até os matadores de aluguel podem ser gente
fina. Mas o que é cool mesmo é a
trilha, cheia de som bom: um The
Jam no começo, um Cramps no
meio e o final apoteótico com "All
These Things I've Done", do Killers. Que beleza!
Oasis extra?
Com os ingressos para o show
do dia 15 esgotados e com o Oasis
tocando depois só no dia 20, no
Canadá, a CIE bem que podia fazer uma apresentação extra da
banda inglesa Oasis para o dia seguinte aqui em SP. Vai, CIE. The
brothers gonna work it out.
@ - lucio@uol.com.br
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: CDs - Música: Four Tet traz eletrônica com influência de jazz e hip hop Índice
|