São Paulo, sábado, 03 de março de 2007

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Erudito

Filme lembra hibridez de Gnatalli

DA REPORTAGEM LOCAL

Equilibrista da música, o compositor, pianista e maestro gaúcho Radamés Gnatalli (1906-1988) construiu sua carreira na fronteira entre o erudito e o popular. A certa altura, encontrou uma brecha na sisudez das salas de concerto para introduzir o som despretensioso do bandolim e da marimba.
No pólo oposto, deu harmonia às marchinhas carnavalescas ao incorporar sax e flautas às partituras.
Essa bem-vinda anarquia musical é revista no média-metragem "Nosso Amigo Radamés Gnatalli", que o Canal Brasil exibe hoje. Estão registrados ali encontros com Pixinguinha, Dorival Caymmi e Tom Jobim (que foi aluno de Gnatalli). Para ter o prazer de ouvir (pela enésima vez, que seja) gemas como "Marina" e "1 x 0"...
O trabalho como autor e arranjador de trilhas sonoras também é lembrado, já que ele aparece nos créditos de 48 longas. Prolífico ele também foi longe das telas, assinando cerca de 500 composições, entre sambas, valsas e choros.
Ao mesmo tempo em que ganhavam o Brasil -pelas ondas das rádios Nacional e Excelsior (e, mais tarde, da TV Globo, onde foi regente por 11 anos)-, os acordes de Gnatalli entravam para o repertório das filarmônicas de Berlim e Chicago, entre outras. Chorinho para subverter a circunspecção gringa...


NOSSO AMIGO RADAMÉS GNATALLI
Quando:
hoje, às 18h
Onde: Canal Brasil


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