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FILMES
TV ABERTA
Julia Roberts leva "Erin Brockovich" nas costas
As Minas do Rei Salomão
Globo, 16h15.
(King Solomon's Mines). EUA, 85, 100
min. Direção: J. Lee Thompson. Com
Richard Chamberlain, Sharon Stone,
Herbert Lom, John Rhys-Davies.
Chamberlain faz o aventureiro Allan
Quatermain, que uma bela jovem
(Stone) contrata para encontrar seu pai,
arqueólogo que buscava na África as
ditas minas. Na tradição de Thompson,
cada plano parece pesar como pedra.
A Relíquia
Record, 22h30.
(The Relic). EUA, 97, 110 min. Direção:
Peter Hyams. Com Penelope Ann-Miller,
Tom Sizemore, Linda Hunt, James
Whitmore, Clayton Rohner. Museu de
Chicago recebe do Brasil material
coletado por antropólogo,
sintomaticamente sem antropólogo.
Deviam ter desconfiado, pois ali existe
um pó capaz de despertar um mutante
que dará um trabalho enorme. O filme
pelo menos não nos ignora, mas nos
eleva à condição de provedores de
catástrofes.
Casa Nova Esmeralda
SBT, 23h45.
(De Noche Vienes, Esmeralda). México,
97, 103 min. Direção: Jaime Humberto
Hermosillo. Com Maria Rojo, Claudio
Obregon, Martha Navarro. Enfermeira
simpática da Cidade do México,
Esmeralda (Rojo) é uma mulher que não
saber dizer não. Daí seus cinco
casamentos. Que seriam seis, não fosse
uma denúncia que termina por levá-la à
prisão. Comédia de Hermosillo, um dos
principais cineastas em atividade no
México. A conferir.
Erin Brockovich - Uma Mulher
de Talento
Globo, 23h45.
(Erin Brockovich). EUA, 00, 130 min.
Direção: Steven Soderbergh. Com Julia
Roberts, David Brisbin, Albert Finney,
Valente Rodriguez, Conchata Ferrell.
Erin, mãe de família, trabalhadora,
investiga caso de água contaminada,
defende o ambiente, a sociedade. E trata
de lucrar com isso a cada passo que dá. É
uma visão do que seja virtude. Julia leva
o filme nas costas.
Comportamento Indecente 2
Bandeirantes, 1h.
(Indecent Behavior 2). EUA, 94, 98 min.
Direção: Carlo Gustaff. Com Shannon
Tweed, James Brolin, Cynthia Steele.
Uma terapeuta sexual (seja lá o que isso
queira significar) procura ajuda de um
colega para investigar o assassinato de
uma cliente. Nesse percurso, a terapeuta
e o terapeuta se apaixonam e se lançam
no tradicional jogo de perversões desse
tipo de filme.
Vem Dançar Comigo
SBT, 1h55.
(Strictly Ballroom). Austrália, 92, 94 min.
Direção: Baz Luhrmann. Com Paul
Mercurio, Tara Morice, Pat Thomson, Gia
Carides, Peter Whitford. Rapaz busca
parceira de urgência a fim de participar
de concurso de dança. Encontrará mais
que uma parceira. Homenagem ao
musical, no filme que projetou
Luhrmann, que mais tarde faria, com
mais e mais desnecessário espalhafato,
um pegajoso "Moulin Rouge".
Legendado.
Motivo Justo
SBT, 3h30.
(Probable Cause). EUA, 94. Direção: Paul
Ziller. Com Michael Ironside, Kate
Vernon, James Downing, David McNally.
Detetive investiga caso de assassinatos
de colegas seus. Descobre que todas as
vítimas tinham sido colegas de academia
de sua parceira, Lynn, e, pior, que a
tinham estuprado. Bem, o mínimo a
dizer é que nessa academia não é
bolinho ser mulher. Feito para TV. Só
para São Paulo.
Tarzã e a Expedição Perdida
SBT, 5h25.
(Tarzan and the Lost Safari). EUA, 57, 80
min. Direção: Robert Day. Com Gordon
Scott, Robert Beatty. Tarzã ajuda os
sobreviventes de acidente aéreo a
sobreviverem aos perigos da selva. Tarzã
agonizava, junto com o colonialismo. Só
para São Paulo.
(INÁCIO ARAUJO)
TV PAGA
Onde foi parar o erotismo no cinema?
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A TV produziu, há algum
tempo, uma cena memorável, no programa "Casa dos Artistas". Havia uma loira que se debulhava em lágrimas, enquanto dizia que as pessoas não sabiam ver
o seu interior, só viam nela a garota que tirou a roupa na "Playboy".
Quanto mais a cena se prolongava, no entanto, mais o espectador reforçava a convicção de que
não havia mesmo nada a ver ali,
exceto o que já era visível na
"Playboy". Ou seja, a garota renegava certamente o que tinha de
melhor. Porque não era "interior"
nem "profundo", mas epidérmico e sensual.
É mais ou menos assim que o
mundo cinematográfico se apresenta, com algumas exceções notáveis: insípido. Existem atrizes
muito bonitas e sensuais, como
Halle Berry ou Catherine Zeta-Jones, mas elas o são, muito mais,
nos cartazes dos filmes do que nos
filmes propriamente ditos.
Nos filmes, elas são geralmente
chamadas a correr, a interpretar
aventureiras (no sentido mais estrito da palavra -companheiras
de aventureiros), policiais duronas ou coisa pelo estilo.
Qual a última atriz que não se
deu ao respeito? Talvez tenha sido
Sharon Stone em "Instinto Selvagem", já lá se vão 12 anos. Quem
mais se aproxima é Demi Moore,
que no último "As Panteras" se
mostra muito mais atraente do
que suas jovens e sirigaitas rivais.
Moore tem coragem de fazer
uma mulher que vive uma situação ambígua: não sabe se é comprada ou se é amada em "Proposta Indecente". Não é um grande
filme (é dirigido por Adrian Lyne,
precisa dizer mais?), mas tem o
mérito de trabalhar essa ambigüidade que qualquer presente, dado
a qualquer mulher, sugere: o desejo é cúmplice do dinheiro.
Nas mesmas 22h passa "E Deus
Criou a Mulher", de Roger Vadim, no Telecine Classic. Ou antes: a imbatível Brigitte Bardot.
PROPOSTA INDECENTE. Quando: hoje,
às 22h, no Telecine Emotion.
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