São Paulo, sábado, 03 de abril de 2004

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FILMES

TV ABERTA

Julia Roberts leva "Erin Brockovich" nas costas

As Minas do Rei Salomão
Globo, 16h15.
 
(King Solomon's Mines). EUA, 85, 100 min. Direção: J. Lee Thompson. Com Richard Chamberlain, Sharon Stone, Herbert Lom, John Rhys-Davies. Chamberlain faz o aventureiro Allan Quatermain, que uma bela jovem (Stone) contrata para encontrar seu pai, arqueólogo que buscava na África as ditas minas. Na tradição de Thompson, cada plano parece pesar como pedra.

A Relíquia
Record, 22h30.
 
(The Relic). EUA, 97, 110 min. Direção: Peter Hyams. Com Penelope Ann-Miller, Tom Sizemore, Linda Hunt, James Whitmore, Clayton Rohner. Museu de Chicago recebe do Brasil material coletado por antropólogo, sintomaticamente sem antropólogo. Deviam ter desconfiado, pois ali existe um pó capaz de despertar um mutante que dará um trabalho enorme. O filme pelo menos não nos ignora, mas nos eleva à condição de provedores de catástrofes.

Casa Nova Esmeralda
SBT, 23h45.
   
(De Noche Vienes, Esmeralda). México, 97, 103 min. Direção: Jaime Humberto Hermosillo. Com Maria Rojo, Claudio Obregon, Martha Navarro. Enfermeira simpática da Cidade do México, Esmeralda (Rojo) é uma mulher que não saber dizer não. Daí seus cinco casamentos. Que seriam seis, não fosse uma denúncia que termina por levá-la à prisão. Comédia de Hermosillo, um dos principais cineastas em atividade no México. A conferir.

Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento
Globo, 23h45.
  
(Erin Brockovich). EUA, 00, 130 min. Direção: Steven Soderbergh. Com Julia Roberts, David Brisbin, Albert Finney, Valente Rodriguez, Conchata Ferrell. Erin, mãe de família, trabalhadora, investiga caso de água contaminada, defende o ambiente, a sociedade. E trata de lucrar com isso a cada passo que dá. É uma visão do que seja virtude. Julia leva o filme nas costas.

Comportamento Indecente 2
Bandeirantes, 1h.
 
(Indecent Behavior 2). EUA, 94, 98 min. Direção: Carlo Gustaff. Com Shannon Tweed, James Brolin, Cynthia Steele. Uma terapeuta sexual (seja lá o que isso queira significar) procura ajuda de um colega para investigar o assassinato de uma cliente. Nesse percurso, a terapeuta e o terapeuta se apaixonam e se lançam no tradicional jogo de perversões desse tipo de filme.

Vem Dançar Comigo
SBT, 1h55.
   
(Strictly Ballroom). Austrália, 92, 94 min. Direção: Baz Luhrmann. Com Paul Mercurio, Tara Morice, Pat Thomson, Gia Carides, Peter Whitford. Rapaz busca parceira de urgência a fim de participar de concurso de dança. Encontrará mais que uma parceira. Homenagem ao musical, no filme que projetou Luhrmann, que mais tarde faria, com mais e mais desnecessário espalhafato, um pegajoso "Moulin Rouge". Legendado.

Motivo Justo
SBT, 3h30.
  
(Probable Cause). EUA, 94. Direção: Paul Ziller. Com Michael Ironside, Kate Vernon, James Downing, David McNally. Detetive investiga caso de assassinatos de colegas seus. Descobre que todas as vítimas tinham sido colegas de academia de sua parceira, Lynn, e, pior, que a tinham estuprado. Bem, o mínimo a dizer é que nessa academia não é bolinho ser mulher. Feito para TV. Só para São Paulo.

Tarzã e a Expedição Perdida
SBT, 5h25.
  
(Tarzan and the Lost Safari). EUA, 57, 80 min. Direção: Robert Day. Com Gordon Scott, Robert Beatty. Tarzã ajuda os sobreviventes de acidente aéreo a sobreviverem aos perigos da selva. Tarzã agonizava, junto com o colonialismo. Só para São Paulo.
(INÁCIO ARAUJO)

TV PAGA

Onde foi parar o erotismo no cinema?

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A TV produziu, há algum tempo, uma cena memorável, no programa "Casa dos Artistas". Havia uma loira que se debulhava em lágrimas, enquanto dizia que as pessoas não sabiam ver o seu interior, só viam nela a garota que tirou a roupa na "Playboy".
Quanto mais a cena se prolongava, no entanto, mais o espectador reforçava a convicção de que não havia mesmo nada a ver ali, exceto o que já era visível na "Playboy". Ou seja, a garota renegava certamente o que tinha de melhor. Porque não era "interior" nem "profundo", mas epidérmico e sensual.
É mais ou menos assim que o mundo cinematográfico se apresenta, com algumas exceções notáveis: insípido. Existem atrizes muito bonitas e sensuais, como Halle Berry ou Catherine Zeta-Jones, mas elas o são, muito mais, nos cartazes dos filmes do que nos filmes propriamente ditos.
Nos filmes, elas são geralmente chamadas a correr, a interpretar aventureiras (no sentido mais estrito da palavra -companheiras de aventureiros), policiais duronas ou coisa pelo estilo.
Qual a última atriz que não se deu ao respeito? Talvez tenha sido Sharon Stone em "Instinto Selvagem", já lá se vão 12 anos. Quem mais se aproxima é Demi Moore, que no último "As Panteras" se mostra muito mais atraente do que suas jovens e sirigaitas rivais.
Moore tem coragem de fazer uma mulher que vive uma situação ambígua: não sabe se é comprada ou se é amada em "Proposta Indecente". Não é um grande filme (é dirigido por Adrian Lyne, precisa dizer mais?), mas tem o mérito de trabalhar essa ambigüidade que qualquer presente, dado a qualquer mulher, sugere: o desejo é cúmplice do dinheiro.
Nas mesmas 22h passa "E Deus Criou a Mulher", de Roger Vadim, no Telecine Classic. Ou antes: a imbatível Brigitte Bardot.


PROPOSTA INDECENTE. Quando: hoje, às 22h, no Telecine Emotion.


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