CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL

A febre de "reality shows" criou um negócio paralelo de idoneidade no mínimo duvidosa. Duas "produtoras" de São Paulo estão oferecendo "assessoria" para quem quer se inscrever em "Casa dos Artistas 3", do SBT, que deverá ter seis artistas e seis fãs. Os preços variam de R$ 15 a R$ 50 pela produção de duas fotos e a gravação de uma fita de vídeo.
Esses "camelôs" da fama estão ganhando dinheiro com uma falsa promessa. As inscrições de fãs para a terceira edição de "Casa dos Artistas", com estréia anunciada para 2 de junho, ainda não foram abertas pelo SBT e deverão ser feitas pela internet, sem a exigência de vídeo dos anônimos.
A porta de entrada do negócio são anúncios de classificados de empregos. Um deles, da produtora Irys-CT, vai direto ao assunto, com o título "Casa dos Artistas". O outro, da Vitrine Produções, é mais discreto: sob o título "Reality Show", afirma estar "selecionando moças e rapazes".
A reportagem da Folha visitou as duas empresas. Seus esquemas são semelhantes. Basicamente, oferecem "consultoria" para quem quer se inscrever no "reality show" do SBT. Dizem quais os artistas "cotadíssimos" para o programa e indicam quem os interessados devem escolher para se apresentar como fãs.
Os nomes propostos são de artistas de terceiro escalão e que já tiveram seus nomes veiculados pela mídia como possíveis inquilinos de "Casa 3". O SBT, no entanto, diz que nenhum deles deverá estar no programa. Nas gravações, os candidatos falam de suas vidas e de seus ídolos.
Neusa Nascimento, dona da Vitrine, que cobra R$ 50 pelo "serviço", diz que seu trabalho é "limpo e honesto". Afirma que envia as fitas para o SBT e que seus clientes levarão vantagem na seleção.
Já Marco Aurélio Gengo, da Irys-CT, que cobra R$ 15 (fora a fita e o filme fotográfico), admite que seu principal objetivo é atrair gente para sua agência de figurantes e modelos para eventos.



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