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RUÍDO
Mercado musical nacional cai 25%
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Não é à toa que os Estados
Unidos dão alarme sobre o
avanço da pirataria no Brasil e o
prejuízo que isso traz a eles
-não a nós. Segundo balanço
recém-publicado pela Federação Internacional da Indústria
Fonográfica (IFPI), o mercado
musical mundial encolheu 6,5%
em unidades vendidas e 5% em
faturamento no ano de 2001.
O Brasil, país da música, desempenha papel de ponta no fenômeno. Despencou de sétimo mercado mundial para 12º, acumulando queda livre de 25%,
em unidades vendidas e faturamento. Mesmo caindo 16%, o
México sobe a oitavo no ranking
e rouba do Brasil o posto de
maior mercado da América Latina (que na média caiu 21,5%).
Nos EUA, as perdas são de 9,4%
em unidades e 4,5% em dólares.
"São números muito ruins. Há
alguma coisa que está atrapalhando, porque talento sempre
existe. É a pirataria", reza o diretor-geral da Associação Brasileira dos Produtores de Discos
(ABPD), Márcio Gonçalves, reconhecendo que sua repetição
de diagnóstico já é "ladainha".
O NÃO-LANÇAMENTO
Na enxurrada de bandas
de rock dos 80, uma que ficou meio perdida na memória foi a Nau, de Vange Leonel. Rock bravo e ríspido
com densidade poética era o
mote do quarteto, que a
Sony (então CBS) bancou na
virada de 86 para 87, para
nunca mais. Mais tarde, em
90, a mesma gravadora bancou uma estréia solo de Vange (que emplacou o hit brega-chique de novela global
"Calada Noite Preta"), também desaparecida até hoje.
Sony: 0/xx/21/2559-5200 e
0/xx/11/5507-2101.
AGENDA CONTRACORRENTE
Mas mais gente desafia a
crise: a "Zero", mais uma
revista sobre música, chegou às
bancas nesta semana.
Diferente da concorrente
também novata "Frente",
aposta em cultura geral, além
de música, e centra foco menos
na música brasileira, mais no
pop planetário.
AGENDA POSITIVA
Para combater a onda de más
notícias, a ABPD tenta exceder
suas atividades institucionais e
avisa que pretende patrocinar
um festival de revelação de
novos talentos em São Paulo
("temos que criar alternativas
para o mercado", explica
Márcio Gonçalves). De quebra,
tenta convencer a Rede Globo
a veicular uma versão só
brasileira do ultracomercial
prêmio Grammy.
DE MUDANÇA
Em São Paulo, duas
gravadoras -Universal e
Trama- se mudaram, de
centrais alugadas para sedes
próprias. O escritório da BMG
agora fica na própria fábrica de
CDs da gravadora.
Definitivamente, é tempo de
lipoaspiração de despesas.
MISTÉRIO
A MTV e a Sony negam que a
Globo ou o próprio Roberto
Carlos tenha pedido o
embargo definitivo do DVD de
seu "Acústico MTV", mas as
pré-vendas permanecem
suspensas, e a data de
lançamento volta a ficar
indefinida. "Estamos neste
momento submetendo uma
nova versão à apreciação de
Roberto. O único problema é
sua aprovação definitiva",
explica o presidente da Sony,
José Antonio Eboli. Enquanto
isso, dê-lhe marketing em cima
das expectativas, como já
aconteceu com o CD.
psanches@folhasp.com.br
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