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MÚSICA
Vocalista fala por que a banda britânica, após 20 anos, ainda é importante para o rock e promete "show de hits"
McCulloch revive Echo de 1981 no Brasil
DA REDAÇÃO
Ele está de volta. De novo. Ian
McCulloch, líder e vocalista daquela que já foi uma das maiores e
melhores bandas da história do
rock, retorna ao Brasil pela quarta
vez no fim deste mês para três
shows no país com seu Echo &
The Bunnymen: dias 27 e 29 no
Credicard Hall, em São Paulo, dia
30 em um festival em Vitória e dia
31 no ATL Hall, no Rio.
Formado em 1978, o grupo de
Liverpool se apresentou em palcos brasileiros em 1987 e em 1999.
E, no ano passado, McCulloch
veio ao país divulgar o mais recente CD da banda, "Flowers"
(leia texto ao lado). "Sempre fomos muito bem recebidos aí.
Amamos o Brasil", disse McCulloch à Folha, por telefone.
Da formação original, apenas
McCulloch e o guitarrista Will
Sergeant ainda fazem parte do
Echo. O baterista Pete de Freitas
morreu num acidente de trânsito,
e o baixista Les Pattinson deixou o
rock para virar empresário.
A seguir, leia trechos da entrevista em que McCulloch, com sua
indefectível arrogância roqueira,
fala sobre os shows no Brasil, o
atual momento do rock e (o assunto que dominou a conversa)
futebol.
(THIAGO NEY)
Folha - Como você está?
Ian McCulloch - Feliz, o Manchester foi eliminado ontem [terça, da Copa dos Campeões da Europa, pelos alemães do Bayer Leverkusen". Todos nós em Liverpool estamos felizes.
Folha - Mas, se [David" Beckham
tivesse jogado, talvez o resultado
fosse diferente...
McCulloch -É, talvez, mas o Leverkusen tem bons jogadores e
não é tão rico. O Manchester tem
um time milionário... Estou torcendo para a "zebra".
Folha - E o que a banda está fazendo agora?
McCulloch - Agora, nada. Estamos dando um tempo. Vamos tocar em alguns festivais no verão,
temos shows em Liverpool e, claro, vamos ao Brasil. Será o principal momento do ano para nós.
Amamos o Brasil.
Folha - Das outras vezes em que
esteve no país, do que se recorda?
McCulloch - Bem, tocamos aí em
87, e aqueles estão entre os melhores shows que já fizemos. As cinco
noites em São Paulo foram incríveis. Era uma época em que ninguém ia ao Brasil, não sabíamos
se éramos populares aí.
Folha - E o que podemos esperar
desses próximos shows?
McCulloch - A melhor banda ao
vivo do mundo. Basicamente, um
set longo... de uma hora e meia,
duas horas. Vamos tocar os hits,
"The Game", "The Cutter",
"Bring on the Dancing Horses"...
Folha - Algum cover?
McCulloch - Sim, claro. Talvez alguma coisa do Electrafixion [projeto de McCulloch e Sergeant",
talvez "People Are Strange" [The
Doors", "Ticket to Ride" [Beatles". Gostamos de tocar covers.
Folha - Tirando o Echo, tem alguma banda de que você goste?
McCulloch - Gosto do Hives, são
bons, lembram os Stooges, The
Strokes, se bem que prefiro os originais (Television...), Coldplay...
Folha - Esse é um bom momento
para o rock, não?
McCulloch - E só pode ficar melhor, com todo esse lixo pop por
aí. É uma boa hora para Strokes,
White Stripes, The Vines...
Folha - Recentemente o Oasis teve seu álbum que ainda não foi lançado copiado para a internet. Qual
sua opinião sobre a troca de arquivos musicais pela rede?
McCulloch - Acho que só pode
ser uma coisa boa. Os garotos podem ouvir e decidir o que é bom e
o que não é. Se a banda for boa, as
pessoas vão comprar o álbum.
Quando eu era criança, costumava gravar fitas dos grupos de que
gostava. É a mesma coisa.
Folha - Você usa a internet?
McCulloch - Não, não. Prefiro assistir à TV, ir ao pub, ao estádio de
futebol...
Folha - Como está sua relação
com Will Sergeant?
McCulloch -Está tudo bem. As
pessoas continuam perguntando
sobre coisas que aconteceram
anos atrás... É besteira.
Folha - O Echo fará, junto com o
New Order, um grande show no
Finsbury Park, e o The Cure se apresentará no Hyde Park [dois grandes
parques de Londres" durante o verão europeu. É a volta por cima dessas bandas? Vocês são amigos?
McCulloch - Conheço os caras do
New Order há muito tempo, são
boa gente. Eles são de Manchester, então não são as pessoas mais
inteligentes do mundo... Quanto
ao Cure, Robert Smith [vocalista"
está tão gordo que ele precisa de
espaços grandes como o Hyde
Park...
Folha - E por que você acha que o
Echo, em 2002, com mais de 20
anos de estrada, ainda é importante para o rock?
McCulloch - Porque nós ainda
somos brilhantes. Somos necessários pelas mesmas razões que éramos importantes em 1981. Somos uma das 20 melhores bandas da história do rock.
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