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DANÇA
Sesc Ipiranga apresenta espetáculos de grupos de cidades fora do eixo Rio-SP e busca atrair o espectador habituado ao balé clássico
Projeto quer público perto da dança contemporânea
LUCIANA ARAUJO
DA REDAÇÃO
Ver e ser visto, eis a máxima do
Projeto Fora do Eixo, realizado de
hoje a sábado no Sesc Ipiranga,
em São Paulo. Pelo segundo ano
consecutivo, a unidade reúne grupos de dança contemporânea de
cidades fora do eixo Rio-São Paulo para apresentações gratuitas. "É
uma oportunidade de olhar o que
as pequenas companhias estão
produzindo. Para elas, é a chance
de mostrar seus trabalhos fora de
suas cidades", diz Simone Engbruch, coordenadora do projeto.
Para serem vistos, foram selecionados grupos do Sul e do Sudeste do país, como o Kaiowas, de
Florianópolis (SC), Membros Cia.
de Dança, de Macaé (RJ), Cia. Domínio Público e Grupo República
Cênica, de Campinas (SP), Gestus, de Araraquara (SP), Distrito
Cia. de Dança, de Ribeirão Preto
(SP) e Rita Nascimento, de Santos
(SP). Além da Verve Cia. de Dança, que ultrapassou os limites de
Campo Mourão, no interior do
Paraná, e se junta aos demais como exemplo. "A Verve, que é bastante conhecida, vem dividir sua
experiência", destaca Engbruch.
No palco, a diversidade não fica
apenas por conta da origem dos
grupos mas também pelas propostas coreográficas. Entre os
destaques, "Elemento Bruto" e
"Raio X", da Membros Cia. de
Dança, misturam dança contemporânea à dança de rua, ao som de
músicas que vão de Chopin e
Handel até Pink Floyd e Titãs.
Já o Grupo Gestus, a Cia Domínio Público e Rita Nascimento
partiram de obras literárias para
compor seus espetáculos: "Tabacaria", poema de Álvaro de Campos, "A Mulher Desencarnada",
conto de Oliver Sacks, e "Flores
Murchas", do poeta Patativa do
Assaré.
Para ver e ter acesso à dança
contemporânea, o público terá à
sua disposição -além da entrada
gratuita para as apresentações-
workshops e uma mesa-redonda
com os grupos (inscrições pelo
tel. 0/xx/11/3340-2000).
A transgressão da linguagem da
dança contemporânea é, segundo
Engbruch, o principal obstáculo
nessa aproximação. "As pessoas
estão acostumadas à estética do
balé clássico. Classificam o bonitinho e o feio a partir deste parâmetro. A única forma de se quebrar a
barreira da linguagem da dança
contemporânea é proporcionando o acesso a ela", diz Engbruch.
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