São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2005

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DANÇA

Sesc Ipiranga apresenta espetáculos de grupos de cidades fora do eixo Rio-SP e busca atrair o espectador habituado ao balé clássico

Projeto quer público perto da dança contemporânea

LUCIANA ARAUJO
DA REDAÇÃO

Ver e ser visto, eis a máxima do Projeto Fora do Eixo, realizado de hoje a sábado no Sesc Ipiranga, em São Paulo. Pelo segundo ano consecutivo, a unidade reúne grupos de dança contemporânea de cidades fora do eixo Rio-São Paulo para apresentações gratuitas. "É uma oportunidade de olhar o que as pequenas companhias estão produzindo. Para elas, é a chance de mostrar seus trabalhos fora de suas cidades", diz Simone Engbruch, coordenadora do projeto.
Para serem vistos, foram selecionados grupos do Sul e do Sudeste do país, como o Kaiowas, de Florianópolis (SC), Membros Cia. de Dança, de Macaé (RJ), Cia. Domínio Público e Grupo República Cênica, de Campinas (SP), Gestus, de Araraquara (SP), Distrito Cia. de Dança, de Ribeirão Preto (SP) e Rita Nascimento, de Santos (SP). Além da Verve Cia. de Dança, que ultrapassou os limites de Campo Mourão, no interior do Paraná, e se junta aos demais como exemplo. "A Verve, que é bastante conhecida, vem dividir sua experiência", destaca Engbruch.
No palco, a diversidade não fica apenas por conta da origem dos grupos mas também pelas propostas coreográficas. Entre os destaques, "Elemento Bruto" e "Raio X", da Membros Cia. de Dança, misturam dança contemporânea à dança de rua, ao som de músicas que vão de Chopin e Handel até Pink Floyd e Titãs.
Já o Grupo Gestus, a Cia Domínio Público e Rita Nascimento partiram de obras literárias para compor seus espetáculos: "Tabacaria", poema de Álvaro de Campos, "A Mulher Desencarnada", conto de Oliver Sacks, e "Flores Murchas", do poeta Patativa do Assaré.
Para ver e ter acesso à dança contemporânea, o público terá à sua disposição -além da entrada gratuita para as apresentações- workshops e uma mesa-redonda com os grupos (inscrições pelo tel. 0/xx/11/3340-2000).
A transgressão da linguagem da dança contemporânea é, segundo Engbruch, o principal obstáculo nessa aproximação. "As pessoas estão acostumadas à estética do balé clássico. Classificam o bonitinho e o feio a partir deste parâmetro. A única forma de se quebrar a barreira da linguagem da dança contemporânea é proporcionando o acesso a ela", diz Engbruch.


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