São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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Versão paulista ainda engatinha

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de arte é dos mais discretos. Valores são sempre evitados e, mesmo quando divulgados, merecem desconfiança. Em feiras, a situação ainda é mais complicada. Não há um controle geral, pois as galerias alugam um espaço dos organizadores e podem cobrar livremente das obras à venda, sem prestação de contas.
No ano passado, estima-se que a SP Arte vendeu algo em torno de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,2 milhões). A diretora da feira não confirma a informação. "As galerias não gostam de divulgar valores", diz Fernanda Feitosa.
Mesmo se tal valor está correto, ele se encontra bem abaixo das duas feiras que, atualmente, são as que mais repercutem internacionalmente: Art Basel e Basel-Miami. A primeira teve vendas circulando em torno de US$ 500 milhões (cerca de R$ 1,04 bilhão). A segunda, US$ 250 milhões (R$ 520 milhões), de acordo com estimativas do marchand Jones Bergamin, que expõe na SP Arte.
Não é à toa que só em organização tais feiras alcancem valores de bienal: o custo de organização da Basel-Miami é de cerca de US$ 7 milhões (R$ 14,62 milhões).
Tais números -além de um público especializado de curadores, colecionadores, críticos e artistas, que gira em torno de 55 mil pessoas a cada edição, na cidade suíça de Basel- levaram o diretor das feiras, Samuel Keller, a figurar na lista das dez personalidades mais importantes no mundo das artes, segundo a revista "Art Review", no ano passado.
Em número de público, São Paulo também apresenta grande discrepância em relação às feiras no exterior. No ano passado, foram 7.000 visitantes.
Já o preço para uma galeria participar não é tão diferente dos praticados fora do país. Em Basel-Miami, por exemplo, o aluguel do estande mais barato, com 30 m2, é de US$ 10 mil (R$ 22 mil). Na SP Arte, o valor para o mesmo tamanho é de R$ 23 mil. (FCY)


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