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Versão paulista ainda engatinha
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de arte é dos mais
discretos. Valores são sempre evitados e, mesmo quando divulgados, merecem desconfiança. Em
feiras, a situação ainda é mais
complicada. Não há um controle
geral, pois as galerias alugam um
espaço dos organizadores e podem cobrar livremente das obras
à venda, sem prestação de contas.
No ano passado, estima-se que a
SP Arte vendeu algo em torno de
US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,2
milhões). A diretora da feira não
confirma a informação. "As galerias não gostam de divulgar valores", diz Fernanda Feitosa.
Mesmo se tal valor está correto,
ele se encontra bem abaixo das
duas feiras que, atualmente, são
as que mais repercutem internacionalmente: Art Basel e Basel-Miami. A primeira teve vendas
circulando em torno de US$ 500
milhões (cerca de R$ 1,04 bilhão).
A segunda, US$ 250 milhões (R$
520 milhões), de acordo com estimativas do marchand Jones Bergamin, que expõe na SP Arte.
Não é à toa que só em organização tais feiras alcancem valores de
bienal: o custo de organização da
Basel-Miami é de cerca de US$ 7
milhões (R$ 14,62 milhões).
Tais números -além de um
público especializado de curadores, colecionadores, críticos e artistas, que gira em torno de 55 mil
pessoas a cada edição, na cidade
suíça de Basel- levaram o diretor das feiras, Samuel Keller, a figurar na lista das dez personalidades mais importantes no mundo
das artes, segundo a revista "Art
Review", no ano passado.
Em número de público, São
Paulo também apresenta grande
discrepância em relação às feiras
no exterior. No ano passado, foram 7.000 visitantes.
Já o preço para uma galeria participar não é tão diferente dos
praticados fora do país. Em Basel-Miami, por exemplo, o aluguel do
estande mais barato, com 30 m2, é
de US$ 10 mil (R$ 22 mil). Na SP
Arte, o valor para o mesmo tamanho é de R$ 23 mil.
(FCY)
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