São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

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Katrina abalou até o Festival de Jazz da cidade

DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA ORLEANS

Basta andar pelas ruas do French Quarter, o bairro histórico de Nova Orleans, para perceber que o clima permanente de festa já não é o mesmo de antes do furacão Katrina (2005).
Até no Festival de Jazz notam-se mudanças: palcos como o Congo Square (voltado a gêneros musicais de ascendência africana) ou a Tenda Gospel já não atraem platéias tão grandes e majoritariamente negras.
Isso não se deve apenas ao aumento dos preços dos ingressos, que chegaram a US$ 50 (cerca de R$ 85) neste ano, mas também ao fato de centenas de milhares de habitantes da cidade -especialmente das áreas mais pobres- não terem retornado às suas casas.
Músicos, artistas e empresários ligados à gastronomia e à cena cultural de Nova Orleans participaram no último sábado de uma mesa-redonda com o vice-governador do Estado da Louisiana, Mitch Landrieu, para discutir o papel desse setor na reconstrução da cidade e na preservação de sua cultura.
Apoiado no fato de que a música, a culinária e as artes plásticas empregam mais de 140 mil pessoas na Louisiana, além de serem fatores essenciais para atrair turistas, Landrieu tem investido em projetos para incrementar esse setor, incluindo redução de impostos e programas educacionais.

"Não sabem negociar"
"Em geral, os artistas não sabem negociar. Precisamos criar programas para ensiná-los a desenvolver suas carreiras", afirmou o vice-governador do Estado, cujos projetos partem da tese de que "a arte e a cultura não podem ser separadas do que se costuma chamar de desenvolvimento econômico".
Vivendo um grau inédito de sucesso em sua carreira, graças ao Grammy de "melhor álbum de blues contemporâneo" que conquistou em 2007 com o CD "After the Rain", a cantora Irma Thomas foi responsável pelo depoimento mais emotivo da mesa-redonda.
"Eu estava no Texas quando o Katrina chegou. Houve um momento em que precisei ficar quieta e chorar, mas assim que a água baixou decidi voltar à minha casa. Esse é o lugar que escolhi para passar meus últimos dias", disse a cantora, conhecida como "a rainha do soul de Nova Orleans". (CC)


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