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"Modern Family" faz retrato agudo dos preconceitos diários
Pequenos gestos entranhados numa família disfuncional dão o tom da série
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
O preconceito está entranhado na instituição familiar. Sem
perceber -ou muitas vezes
percebendo-, ele aparece nos
relacionamentos, nas escolhas,
nos mínimos gestos diários.
"Modern Family", que estreia na Fox, exacerba essa condição ao expor, em estilo de
captação de depoimentos para
um documentário, o dia a dia de
uma família e suas ramificações (cunhados, namorados,
ex-mulheres, novas uniões).
Jay (Ed O'Neill, que viveu Al
Bundy por anos em "Married
with Children") é o envelhecido pai turrão do gay Mitchell
(Jesse Tyler Ferguson) e da insegura Claire (Julie Bowen).
O primeiro viajou até o Vietnã para adotar um bebê com
seu namorado exagerado. A outra tem três filhos adolescentes
e expõe o abismo entre os pais e
essa nova geração.
A casa de Jay não é menos
disfuncional. Ele se casou novamente, com uma latina caliente (a ótima Sofia Vergara),
que já tinha um filho, Manny
(Rico Rodriguez). Mesmo com
apenas dez anos, ele dá conselhos (e bons) para Claire de como se comportar como mãe.
A estreia traz momentos hilários, como a apresentação da
filha do casal homossexual, ao
som triunfal da música do "Rei
Leão". Mas é nas pequenas coisas que estão as joias da sitcom.
O mundo moderno é complicado. As famílias são complicadas. "Modern Family" é um retrato agudo e crítico dessa realidade. Figura entre as grandes
estreias do ano nas séries cômicas -e já assinou contrato para
uma segunda temporada.
MODERN FAMILY
Quando: estreia hoje com dois episódios, às 22h, na Fox
Classificação: 14 anos
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