São Paulo, segunda, 3 de maio de 1999

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CINEMA
Depois de fechar seis cinemas na cidade devido ao Ecad, Severiano Ribeiro diz que pode haver nova baixa
Mais salas devem ser fechadas no Rio

ANNA LEE
da Sucursal do Rio

O grupo Severiano Ribeiro poderá fechar mais cinemas no Rio, por causa de liminar judicial em favor do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).
A liminar, concedida pelo juiz da 1ª Vara Cível do Rio, Marco Antônio Ibrahim, determina a arrecadação de 2,5% da renda mensal bruta de cada sala de cinema no Estado, para pagamento dos direitos autorais das trilhas sonoras dos filmes.
Na sexta-feira, o grupo, um dos maiores exibidores do país, fechou seis de seus 80 cinemas no Rio.
"Meu medo é que outras salas sigam esse mesmo rumo, porque o pagamento dessa taxa é uma condenação à guilhotina", disse o advogado do grupo, Marcos Bitelli.
Segundo o gerente de marketing do Severiano Ribeiro, Arturo Netto, as salas que foram fechadas já eram deficitárias e "a necessidade do cumprimento dessa liminar foi definitiva para inviabilizar sua operação comercial".
Os depósitos deverão ser feitos em juízo até que seja julgada a ação que o Ecad move contra os exibidores do Rio, desde 1992, por conta dos direitos autorais das trilhas sonoras dos filmes. Essa liminar existe desde 98, mas estava suspensa. Por isso, o juiz determinou que os exibidores também depositem o valor referente aos meses em que a liminar ficou suspensa -cerca de R$ 340 mil, segundo o Ecad-, o que já foi feito.
"A alegação do grupo Severiano Ribeiro de que está fechando salas porque não tem condições de pagar os direitos autorais ao Ecad é leviana. Ele pode estar passando por uma crise, mas os 2,5% do valor de cada ingresso de R$ 10, que é R$ 0,25, não pesam para ninguém", diz o advogado do Ecad José Clementino.



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