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CRÍTICA
Série renova e preserva a arte da dança
INÊS BOGÉA
CRÍTICA DA FOLHA
Registro ou criação? É memória documental ou uma
nova coreografia que nasce da
união entre filme e dança?
Iniciativa rara no Brasil, o "STV
na Dança" já apresentou 60 programas do segundo semestre de
2001 para cá. Com direção de Antônio Carlos Rebesco (Pipoca) e
direção de fotografia de Carlos
Travaglia, a série trouxe companhias de estilo e porte muito diversos: Balé da Cidade de São
Paulo (em cartaz amanhã, com
"Desatino do Norte Desatino do
Sul", coreografia de Jorge Garcia),
Quasar, Cisne Negro, Verve, Márcia Milhazes, Cena 11, Balé do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ballet Stagium e outras tantas.
Apresentados pelos atores Felipe Folgosi e Brian Penido Ross, os
programas têm comentários de
Ana Francisca Ponzio e incluem
também depoimentos dos próprios artistas.
Criação: a dança filmada é uma
outra dança. Nosso olhar será
guiado, agora, pela maneira como
ela foi filmada e montada. Exemplo: se uma câmera acompanha
um bailarino que se desloca na cena, ela atenua seu movimento. Se
a câmera está do lado oposto à
saída do bailarino, a percepção é
outra. Assim, todo espaço muda
neste movimento que é duplo, da
câmera e do bailarino.
Registro: num país que não prima pela preservação da memória,
esta série cumpre papel importante pelo simples esforço de mapear a produção atual da dança
brasileira.
A dança ao vivo é efêmera. Nada
é mais impalpável do que uma coreografia em cena; ao mesmo
tempo, nada é mais presente do
que os corpos. Depois, fica só a
memória que cada um tem do espetáculo. E agora também essa
mistura de criação e memória,
que renova e preserva a arte da
dança, nos modestos milhões de
palcos das telas de TV.
STV na Dança: Desatino do
Norte Desatino do Sul
Quando: amanhã, às 13h30, na Rede SescSenac
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