São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2005

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ERIKA PALOMINO

TEM FERVEÇÃO FASHION NA CENA CARIOCA DO VERÃO

O mercado de moda se prepara para o início da temporada de lançamentos de verão 2005/2006. Os cariocas dão a partida, com o Fa- shion Rio, que rola de 14 a 19 de junho. São 36 marcas, no evento orçado em R$ 5 milhões, que espera reunir 80 mil pessoas sob os pilotis do Museu de Arte Moderna da cidade. São esperados 700 profissionais da mídia, refletindo o crescente interesse nos lançamentos locais.

 

A cena fashion carioca começa a ficar efervescente de novo com uma nova geração de fa- shionistas ligada nas tendências dos centros urbanos de todo o planeta, mas que produzem com a personalidade única do Rio. Por exemplo, Alessa Migani, que vinha fazendo apresentações paralelas, entra oficialmente no line-up do Fashion Rio. A jovem estilista/publicitária, que conquistou a todos com sua performance na cozinha do Copacabana Palace, desta vez mostra suas roupas em casa mesmo, a famosa Casa da Alessa, na esquina da Nascimento Silva com a Garcia, com as modelos prosaicamente vendo TV, falando ao telefone ou escovando os dentes. Deve ser um dos momentos da semana.
É também esperado o début nas passarelas de Layana Thomaz, ex-modelo e figurinista, que começou há dois anos lançando a marca Vista a Roupa Meu Bem! e agora desfila sob seu nome. Layana tem estilo e nesta coleção brinca com os elementos do pop e do Japão, com perfume anos 60. Ela exibe seu DNA fashion até mesmo na cicatriz que orgulhosamente leva no peito, reflexo da complexa cirurgia cardíaca pela qual passou. "Troquei uma parte do coração", explica. E é com ele batendo forte que ela ansiosamente espera pelo Fashion Rio: "Acho que vai me dar mais visibilidade", diz.
Maxime Perelmuter, que faz falta ao Fashion Rio desde que migrou com sua marca, a British Colony, para a SP Fashion Week, dá aos cariocas o gostinho da volta. Ele assina uma linha especial na Redley, que completa 20 anos e realiza seu primeiro desfile, prometendo a mais pura cultura fashion carioca. Idem para Marcelo D2 com sua Manifesto 33 1/3. "Dá muito trabalho essa coisa de moda", suspirou, surpreso, quando o encontrei na festa da Nike no MAM, na última terça. Também está superempolgado.
Agora, quem vai fazer falta mesmo é a Coven, marca mineira que virou a favorita das editoras. Liliane Rebehy, a discreta diretora de estilo da grife, está grávida de três meses. Como isso já havia acontecido nas duas últimas temporadas -e as gestações não vingaram-, agora o médico foi duro e exigiu repouso e nenhum estresse. Nada que combine com um desfile!

Colaborou Sergio Amaral

HYPES DE LONDRES NA SP FASHION WEEK
A Basso & Brooke, formada pelo brasileiro Bruno Basso e pelo inglês Christopher Brooke, é um dos novos hypes da moda inglesa e a convidada especial da edição de dez anos da SPFW, que rola entre 28 de junho e 4 de julho. Eles mostram por aqui uma coleção inédita, com sua divertida estamparia. "São figuras do imaginário coletivo... Arquétipos de vaidade", conta o simpático Bruno Basso, que há cinco anos não vem ao Brasil.

Conversinha
Facundo Guerra, 31, é o responsável pela nova esperança das noites para os modernos em São Paulo, com o clube Vegas (r. Augusta, 765), que abre em seu primeiro fim de semana na cidade. Formado em engenharia de alimentos, jornalismo e ciências políticas, ele nunca pensou em ter um clube e o que quer mesmo é ser professor universitário. Trocamos uma prosa com ele sobre "moda, noite etc".
 

Folha - Qual sua primeira experiência de noite?
Facundo Guerra -
A Subzero, que era bem legal. Gostava muito das noites do Xingu, mas eu nunca pensei em abrir um clube.
Folha - Por que então você decidiu fazer noite?
Guerra -
Vejo como um trampo mesmo, odeio a vida corporativa, trabalhei nisso. Meu desejo é dar aula e preciso de uma plataforma de grana. Não tenho a menor pretensão de ser dono de clube nem de construir um império.
Folha - Você tem medo da sazonalidade da noite?
Guerra -
Não tenho medo porque tenho certeza que, se eu montar uma coisa bacana e tratar bem as pessoas, ela vai se estabelecer. Não é dando tapinha nas costas. Não vou cobrar pela chapelaria. Nem preços absurdos pelos drinques. Até porque meus amigos não têm muita grana também.
Folha - Qual foi o melhor DJ que você já ouviu?
Guerra -
O Kid Koala, no Sónar, que fez o trompete do Louis Armstrong com scratch. Foi uma das coisas mais sensacionais que eu já vi. E eu nem tenho essa paixão por música eletrônica. Gosto muito mais de jazz, que eu ouço no meu iPod o dia inteiro. Se vou ouvir eletrônica, prefiro as mais orgânicas, com disco, mais jazzy... Não gosto de DJ que mixa no BPM. Se preocupar com a batidinha certinha é muito anos 90.


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