São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2005

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Astro pode pegar até 20 anos

Júri começa a decidir destino de Jackson

DA REPORTAGEM LOCAL

A promotoria e a defesa do caso Michael Jackson apresentaram suas alegações finais ontem, abrindo caminho para que o júri comece a decidir o destino do astro, que enfrenta dez acusações -entre elas, a de abusar sexualmente de um menor. Se for considerado culpado, o cantor, que se diz inocente, poderá passar até 20 anos na prisão.
Em sua última apresentação aos jurados, a promotoria insistiu em retratar Jackson como um "predador sexual" que usava álcool e pornografia para seduzir menores e levá-los a seu "mundo proibido de sexo e abuso".
"Este caso é sobre a exploração e o abuso de um sobrevivente de câncer de 13 anos pelas mãos de uma celebridade internacional", disse o advogado da promotoria Ron Zonen, que mostrou aos jurados fotos do menor durante sua internação por causa do câncer.
Zonen também descreveu como "totalmente errado" o argumento, apresentado pela defesa, de que a família da suposta vítima pretende extorquir o astro, já que foi Jackson quem fez o primeiro contato com o menor.
Segundo a promotoria, a defesa não conseguiu provar que a mulher e sua família pretendiam ganhar dinheiro de Jackson. "A mãe do garoto nunca pediu um centavo a ele, nunca lhe pediu nada."
O advogado da acusação também lembrou os testemunhos da suposta vítima e de seu irmão caçula, nos quais eles declararam que o astro lhes mostrou material pornográfico em Neverland.
O documentário "Vivendo com Michael Jackson", no qual o astro fala sobre seu hábito de dividir a cama com crianças e aparece de mãos dadas com o garoto que agora o acusa, também foi citado pela acusação.
Zonen disse que a "tempestade de pânico" desencadeada pelo documentário levou Jackson, auxiliado por cinco de seus funcionários, a planejar o seqüestro da suposta vítima e de sua família para mantê-las fora do alcance da mídia e, assim, salvar a carreira e a reputação do astro.
Após o encerramento da promotoria, que falou por quase três horas, a defesa de Jackson fez suas alegações finais instando o júri a absolver o astro. Thomas Mesereau Jr., chefe da defesa, voltou a atacar a família do acusador, que chamou de "mentirosa".
"Estamos tratando aqui da vida, da reputação e do futuro de Michael Jackson", disse Mesereau, afirmando que a promotoria não conseguiu provar suas acusações.
O advogado de Jackson desqualificou a maneira como a promotoria tentou defender a credibilidade da mãe da suposta vítima. "Não há, para além de qualquer dúvida razoável, maneira de descrevê-la como confiável", disse.
"O que o promotor fez há pouco foi atacar a defesa. (...) Sempre que alguém faz isso, sabemos que ele está com problemas em provar suas acusações", concluiu.


Com agências internacionais

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