São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009

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CONEXÃO POP

Corta, picota, edita


Apoiada por diversos convidados, a dupla paulistana Database lança discos de versões dançantes


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

COMENTEI AQUI certa vez (há dois anos mais ou menos) como os "edits" estavam chacoalhando a dance music. No Brasil, ninguém dá mais valor a essa ideia do que a incansável dupla Database.
Diferentemente do remix, que não precisa necessariamente preservar elementos em comum com a música original, o edit preserva a estrutura básica da canção. Dois anos atrás, o motivo da conversa era o perfeito edit de "Beggin", faixa dos anos 1960 de Frankie Valli que foi "editada" pelo francês Pilooski (e essa versão até hoje é ouvida...).

 
Bem, os paulistanos Database colocaram no MySpace (www.myspa ce.com/databasetrax) o segundo volume da série Ugly Edits.
São dois discos: um editado apenas pelo Database e outro em que a dupla convidou gente como Edu K, Copacabana Club, Digitaria, The Twelves Roots Rock Revolution, DaDa Attack, entre outros.
 
"Ugly Edits 2" está entre as mais legais novidades lançadas no pop do Brasil neste ano. Não apenas pelos bons nomes chamados para pilotar as versões, mas pelas próprias músicas originais escolhidas pelos participantes.
Para seu disco, o Database pinçou faixas antigas, românticas e obscuras de funk e disco, basicamente. A dupla transforma coisas como "Don't You Love It" (Maxine Singleton) e "Gotta Take Your Love" (Game) em irresistíveis convites para o baile.
 
O disco de convidados guarda ótimas surpresas. Edu K atualiza "Song 2" (Blur) com batidas anabolizantes. Miles Davis e sua "Hight Speed Chase" são revistos com respeito pelo Mono 4. E o Twelves dá um novo sentido a "Night Vision", do Daft Punk.
 
Talvez o melhor resultado de "Ugly Edits 2" tenha vindo de DaDa Attack. O produtor paulistano de tecno, que recentemente fez uma parceria com Gui Boratto, mexeu em "Love Shack", clássico new wave dos anos 80, do B-52's.
DaDa Attack alterou os vocais eufóricos e tirou a instrumentação festiva da canção original. O resultado é uma versão seca, crua, mas que nos faz dançar como se usasse múltiplos efeitos sonoros.
 
O alemão Phonique não é muito chegado em edits, mas suas produções de house são celebradas (e dançadas) de São Paulo a Tóquio.
Ele retorna a São Paulo amanhã, em noite no D-Edge (al. Olga, 170, São Paulo; de R$ 30 a R$ 70). No sábado a dupla The Glamour está entre as atrações das festas Bafon Bafu + Funhell. A noite rola no Glória (r. 13 de Maio, 830, São Paulo; de R$ 25 a R$ 35). Para ambos os eventos, a classificação indicativa é 18 anos.

thiago.ney@grupofolha.com.br


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