Regência da apresentação na Sala São Paulo fica a cargo de Kristjan Järvi, de renomada carreira internacional

Repertório evoca Paris, onde obras tiveram primeira audição, e inclui sinfonia de Haydn e "Candide"

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nome ascendente no cenário internacional da regência, o norte-americano de origem estoniana Kristjan Järvi (pronuncia-se "iérvi"), 37, rege a Osesp na "Sagração da Primavera", de Stravinski, nesta semana.
"O concerto gira em torno de Paris, embora nenhum dos compositores no programa seja de lá", diz Järvi.
"Primeiro, faço a "Sinfonia nº 86", de Haydn, que estreou na capital francesa -mesma cidade da primeira audição mundial da "Sagração". E "Candide", de Bernstein, embora não tenha estreado lá, é baseado em Voltaire e tem até uma valsa parisiense."
Filho do renomado regente Neeme Järvi, 72, e irmão mais novo do também destacado maestro Paavo Järvi, 47, Kristjan nasceu na Estônia, mas aos sete anos se mudou para os EUA, onde se deu sua educação musical.
"Eu achava que não tinha que me envolver com regência, mas foi minha professora de piano [Nina Svetlanova, da Manhattan School of Music] quem me convenceu de que reger seria uma extensão de tocar", diz.
Cosmopolita, com residências em Viena e na Flórida, Järvi tem relação próxima com a Sinfônica de Londres.
Atua também como consultor artístico da Orquestra de Câmara de Basileia (que tocou em São Paulo na segunda e terça-feira desta semana) e criou, na Alemanha, a Filarmônica Jovem Báltica.
Sua diversificada pauta de interesses chega até a MPB: "A música de vocês é uma das melhores do mundo. É divertida e supersofisticada. Realmente de alta classe".