São Paulo, Quinta-feira, 03 de Junho de 1999
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MÚSICA
Cantora confirma possibilidade de estar no Free Jazz Festival deste ano
"Eu adoraria tocar no Brasil", afirma Lauryn Hill

PAULO VIEIRA
especial para a Folha, em Londres

A cantora Lauryn Hill encerraria ontem, em Manchester, a turnê européia de seu primeiro disco solo, "The Miseducation of Lauryn Hill", que a levou a países como Bélgica, Alemanha e Noruega. Anteontem, numa loja de jeans de sua patrocinadora, no centro de Londres, ela concedeu entrevista a jornalistas, onde confirmou a "vontade" de fazer shows no Brasil este ano, após um giro já certo pelos EUA, África e Caribe.
Lauryn Hill está sendo cotada para o Free Jazz. A organização só se pronuncia no próximo semestre, mas, extra-oficialmente, funcionários da gravadora que representa a artista no Brasil dão como certa sua presença no evento.
"Eu adoraria tocar no Brasil. Estamos tentando arranjar as datas. A turnê agora volta aos EUA, passa pelo Caribe e África, e, depois disso, gostaria de estar na América do Sul, e, especificamente, no Brasil", disse Lauryn.
A cantora, vocalista de um dos grupos mais bem-sucedidos dos anos 90, os Fugees (17 milhões de cópias vendidas do segundo álbum, "The Score"), lançou-se em carreira solo com "Miseducation", em setembro do ano passado.
Seu sucesso foi extraordinário. Nos EUA já vendeu 5 milhões de cópias, no Reino Unido, 600 mil. Além disso, rendeu a Lauryn cinco Grammy, incluído o de melhor disco de 1998, o que fez dela a primeira artista de hip hop a receber tal prêmio.
Dizendo-se uma "pessoa aberta", exposta a todo o tipo de música, Lauryn Hill arrancou risadas dos jornalistas ao dizer que não seria má idéia voltar a ficar grávida para produzir seu próximo disco. "Estar grávida acentuou meu lado criativo."
Em uma das músicas de "Miseducation", "To Zion", dedicada ao filho Zion, Lauryn diz ter sido pressionada para não ter a criança. "Em vez de usar a cabeça, usei o coração", diz um verso da letra.
Lauryn voltou a afirmar sua identificação com o reggae. (Além de o fato de ela ser casada com Rohan Marley, filho de Bob Marley, com quem teve Zion.) "Sempre ouvirei Marley, Peter Tosh e outros cats."
Manteve a dúvida sobre a volta ou não dos Fugees: "Grupos significam relacionamentos". Atendendo a uma jornalista que lhe pediu uma "mensagem às crianças", a cantora, após meditar, foi enfática: "dinheiro não é tudo."
A passagem pelo Reino Unido serviu também para promover o novo single extraído de "Miseducation". Chama-se "Everything is Everything" (não, ela não conheceu Tim Maia) e chega às lojas em três versões, uma delas instrumental.

Pras
Em entrevista por telefone à Folha, de Nova York, outro integrante dos Fugees, o rapper Pras, negou o fim do grupo.
"Temos planos para entrar em estúdio no próximo ano, é apenas uma questão de acertar as agendas", disse ele.


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