São Paulo, quinta, 3 de julho de 1997.



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CINEMA
"Eu Tu Eles", longa de estréia do diretor Andrucha Waddington, é inspirado em história real do interior do CE
Casé vive "quadrado amoroso" em filme

da Sucursal do Rio

Russas, município do interior do Ceará. Lá, Darlene de Lima Linhares, uma mulher valente, determinada e extremamente vaidosa, vive em harmonia com seus três maridos. O primeiro, Osias, é um homem rico para os padrões locais. Mas é sovina, ranzinza e mantém com a mulher um casamento de pouco amor e carinho.
O segundo, Zezinho, é primo de Osias. Meigo, prestativo, seu maior prazer é satisfazer os desejos de Darlene. Mas a profunda dedicação o transforma em quase um irmão para a mulher.
O terceiro, Ciro, é jovem, másculo, surge repentinamente e se transforma no grande amor da vida de Darlene.
O "quadrado" amoroso, inspirado em uma história real acontecida no interior do Ceará, é o tema central de "Eu Tu Eles", primeiro longa-metragem do diretor Andrucha Waddington, 27, produzido pela Conspiração Filmes.
O grande trunfo de Waddington em sua estréia no cinema é a participação da atriz Regina Casé. Pela primeira vez como protagonista de um filme, Regina será Darlene.
"Ela não quis que isso acontecesse, mas tudo foi acontecendo e ela foi arranjando a situação da melhor maneira, driblando as dificuldades. Chega um, ela ajeita em casa, ele vira marido. Chega o outro, ela se apaixona e vira mais um marido. E eles vão vivendo harmoniosamente até que chegam os jornalistas e a história se torna pública. A partir daí, tudo muda", diz Regina, sobre a personagem.
Waddington teve a idéia de fazer o filme depois de ler nos jornais e ver na TV reportagens sobre a história de Maria Marlene Silva Sabóia e seus três maridos, na cidade de Quixelô, no Ceará.
A princípio, o diretor pensou em um curta. Depois de uma conversa com a roteirista Elena Soárez, a história inspirada em Marlene virou um longa.
"Fomos até lá para conversar com ela, mas depois de sua história ter se tornado pública, foi difícil convencê-la a nos autorizar a fazer um filme", conta o diretor.
Para conseguir autorização, o diretor e a roteirista se comprometeram a não usar o nome de Marlene no personagem nem mostrar fotos da mulher e de seus maridos.
(CRISTINA GRILLO)



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