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FILMES
TV ABERTA
Aliens vêm à Terra em "O Dia em que a Terra..."
Surpresas do Coração
Record, 20h30.
(French Kiss). EUA, 1995, 111 min.
Direção: Lawrence Kasdan. Com Meg
Ryan, Kevin Kline, Timothy Hutton.
Professora (Ryan) viaja a Paris, após
sofrer dura desilusão amorosa: soube
que o noivo não quer mais nada com ela.
Durante o vôo, ela conhecerá um francês
pouco confiável (Kline). Mas a vida
reserva muitas surpresas, diz o filme.
Para ela, talvez. Para o espectador, não.
Nem a decadência de Kasdan é
surpreendente: ele filma como um
burocrata, com visível falta de gosto.
Pior: ainda assim, o filme fica acima da
média do que se vê em TV (ou fora dela)
nos últimos tempos.
Os Trapaceiros
Bandeirantes, 22h.
(Traveller). EUA, 1997, 100 min. Direção:
Jack N. Green. Com Bill Paxton, Mark
Wahlberg, Julianna Margulies. Filho de
cigano renegado, Wahlberg vai em
busca das chamadas raízes e acaba se
reintegrando ao clã com a ajuda do
primo Paxton. Este, por sua vez,
apaixona-se por uma ardente não-cigana. Este é o verdadeiro cinema
étnico.
Nadja
Bandeirantes, 1h.
(Nadja). EUA,1994, 90 min. Direção:
Michael Almereyda. Com Elina
Lowensohn, Peter Fonda, Susy Amis,
Martin Donovan. Não é o romance
surrealista célebre de André Breton, mas
uma história de vampiros, sobretudo
vampiras, bastante maneiroso (rodado
em preto-e-branco), com Nadja
(Lowensohn) e seu irmão Edgar, que têm
pela frente o velho Van Helsing (Fonda)
em Nova York, nos anos 90.
Sexy Beast
Globo, 1h15.
(Sexy Beast). Inglaterra, 2000, 88 min.
Direção: Jonathan Glazer. Com Ray
Winstone, Ben Kingsley, Amanda
Redman. Gângster (Winstone) resolve
aposentar-se e viver num balneário. O
encontro com outro gângster (Kingsley),
no entanto, vai provocar um certo desvio
de rota. Mais humor britânico, em filme
que fez sucesso no circuito
independente. Inédito.
O Dia em que a Terra Parou
Globo, 2h45.
(The Day the Earth Stood Still). EUA,
1951, 92 min. Direção: Robert Wise. Com
Michael Rennie, Patricia Neal, Hugh
Marlowe. Dada a época em que foi feita,
esta é uma ficção científica
surpreendente, em que uma nave
alienígena vem à Terra não para nos
ameaçar, mas para avisar que, do jeito
que vai, nosso planeta já ameaça outros
mundos. Era o auge da Guerra Fria, da
ameaça nuclear, da "caça às bruxas" nos
EUA. Bom filme em preto-e-branco.
3.000 Milhas para o Inferno
SBT, 22h30.
(3.000 Miles to Graceland). EUA, 2001,
125 min. Direção: Damien Lichtenstein.
Com Kurt Russell, Kevin Costner,
Christian Slater. O ponto de partida é
bom: sósias de Elvis Presley reúnem-se
num hotel de Las Vegas; uma gangue
tratará de fantasiar-se de Elvis para
roubar o cassino anexo ao hotel.
Segundo referências, o resultado final é
muito desapontador.
Antes Só do que Mal
Acompanhado
SBT, 1h30.
(Planes, Trains & Automobiles). EUA,
1987, 92 min. Direção: John Hughes.
Com Steve Martin, John Candy. Martin é
o executivo chique que tenta voltar a
Nova York para o Dia de Ação de Graças.
Tudo dá errado. Pior, ele topa com um
vendedor chato e perdedor nato
(Candy). O resto do título diz tudo sobre
esta comédia simpática, puxada por dois
atores inspirados.
eXistenZ
SBT, 3h20.
(eXistenZ). Canadá, 1999. Direção: David
Cronenberg. Com Jennifer Jason Leigh,
Jude Law, Ian Holm. Uma renomada
criadora de jogos virtuais para adultos é
perseguida por fanáticos. Enquanto
foge, acaba sendo ajudada por um
tímido conhecido.
(IA)
TV PAGA
"E a Vida Continua" relembra anos cruéis da Aids
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Nossa memória é coisa tremendamente falível -essa é
uma das coisas que "E a Vida
Continua" (amanhã, no canal
Warner, às 13h) nos ensina ou, em
todo caso, de que nos lembra.
Quem se lembra hoje do que foram os aterrorizantes primeiros
anos da epidemia de Aids? O certo
é que não lembramos das pessoas
que morriam -quase desapareciam, literalmente. Temos uma
vaga lembrança, o que é diferente.
"E a Vida Continua" é um filme
de 1992. De lá para cá, os avanços
obtidos no domínio desse mal foram imensos. Mesmo naquele
instante já se conhecia bastante
sobre sua natureza.
O filme de Roger Spottiswoode
volta bastante no tempo, regride
até os primeiros cientistas que,
desconcertados, constatam a existência de um novo e devorador vírus. Primeiro, as coisas se passam
na África, de maneira que o mundo vai se lixar para o que ocorre.
Depois, vem para Europa e
EUA. Não que ele deixe de abordar a questão do lado dos homossexuais, por exemplo, que foram
suas primeiras vítimas mais evidentes (boa parte do filme se passa em San Francisco). Mas disso
ninguém se esqueceu.
Certos outros fatos somos tentados a esquecer, como o longo
processo movido contra os bancos de sangue, que se tornaram
difusores privilegiados do vírus.
Mas que vírus era esse? Depois
de tantos coquetéis, campanhas
educativas etc., nem nos lembramos da verdadeira epopéia científica que foi isolar o vírus, adquirindo a possibilidade de conhecê-lo. Não só epopéia científica mas
também batalha judicial, que não
passou nem de longe despercebida aos realizadores do filme.
Vale lembrar, por fim, que os
heróis do filme são médicos do
serviço público. É outra coisa de
que tendemos a esquecer com a
mesma facilidade que o descascamos ao menor problema que nos
dá: suas virtudes.
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