São Paulo, domingo, 03 de julho de 2005

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FILMES

TV ABERTA

Aliens vêm à Terra em "O Dia em que a Terra..."

Surpresas do Coração
Record, 20h30.
  
(French Kiss). EUA, 1995, 111 min. Direção: Lawrence Kasdan. Com Meg Ryan, Kevin Kline, Timothy Hutton. Professora (Ryan) viaja a Paris, após sofrer dura desilusão amorosa: soube que o noivo não quer mais nada com ela. Durante o vôo, ela conhecerá um francês pouco confiável (Kline). Mas a vida reserva muitas surpresas, diz o filme. Para ela, talvez. Para o espectador, não. Nem a decadência de Kasdan é surpreendente: ele filma como um burocrata, com visível falta de gosto. Pior: ainda assim, o filme fica acima da média do que se vê em TV (ou fora dela) nos últimos tempos.

Os Trapaceiros
Bandeirantes, 22h.
 
(Traveller). EUA, 1997, 100 min. Direção: Jack N. Green. Com Bill Paxton, Mark Wahlberg, Julianna Margulies. Filho de cigano renegado, Wahlberg vai em busca das chamadas raízes e acaba se reintegrando ao clã com a ajuda do primo Paxton. Este, por sua vez, apaixona-se por uma ardente não-cigana. Este é o verdadeiro cinema étnico.

Nadja
Bandeirantes, 1h.
  
(Nadja). EUA,1994, 90 min. Direção: Michael Almereyda. Com Elina Lowensohn, Peter Fonda, Susy Amis, Martin Donovan. Não é o romance surrealista célebre de André Breton, mas uma história de vampiros, sobretudo vampiras, bastante maneiroso (rodado em preto-e-branco), com Nadja (Lowensohn) e seu irmão Edgar, que têm pela frente o velho Van Helsing (Fonda) em Nova York, nos anos 90.

Sexy Beast
Globo, 1h15.
  
(Sexy Beast). Inglaterra, 2000, 88 min. Direção: Jonathan Glazer. Com Ray Winstone, Ben Kingsley, Amanda Redman. Gângster (Winstone) resolve aposentar-se e viver num balneário. O encontro com outro gângster (Kingsley), no entanto, vai provocar um certo desvio de rota. Mais humor britânico, em filme que fez sucesso no circuito independente. Inédito.

O Dia em que a Terra Parou
Globo, 2h45.
   
(The Day the Earth Stood Still). EUA, 1951, 92 min. Direção: Robert Wise. Com Michael Rennie, Patricia Neal, Hugh Marlowe. Dada a época em que foi feita, esta é uma ficção científica surpreendente, em que uma nave alienígena vem à Terra não para nos ameaçar, mas para avisar que, do jeito que vai, nosso planeta já ameaça outros mundos. Era o auge da Guerra Fria, da ameaça nuclear, da "caça às bruxas" nos EUA. Bom filme em preto-e-branco.

3.000 Milhas para o Inferno
SBT, 22h30.
  
(3.000 Miles to Graceland). EUA, 2001, 125 min. Direção: Damien Lichtenstein. Com Kurt Russell, Kevin Costner, Christian Slater. O ponto de partida é bom: sósias de Elvis Presley reúnem-se num hotel de Las Vegas; uma gangue tratará de fantasiar-se de Elvis para roubar o cassino anexo ao hotel. Segundo referências, o resultado final é muito desapontador.

Antes Só do que Mal Acompanhado
SBT, 1h30.
   
(Planes, Trains & Automobiles). EUA, 1987, 92 min. Direção: John Hughes. Com Steve Martin, John Candy. Martin é o executivo chique que tenta voltar a Nova York para o Dia de Ação de Graças. Tudo dá errado. Pior, ele topa com um vendedor chato e perdedor nato (Candy). O resto do título diz tudo sobre esta comédia simpática, puxada por dois atores inspirados.

eXistenZ
SBT, 3h20.
  
(eXistenZ). Canadá, 1999. Direção: David Cronenberg. Com Jennifer Jason Leigh, Jude Law, Ian Holm. Uma renomada criadora de jogos virtuais para adultos é perseguida por fanáticos. Enquanto foge, acaba sendo ajudada por um tímido conhecido. (IA)

TV PAGA

"E a Vida Continua" relembra anos cruéis da Aids

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Nossa memória é coisa tremendamente falível -essa é uma das coisas que "E a Vida Continua" (amanhã, no canal Warner, às 13h) nos ensina ou, em todo caso, de que nos lembra.
Quem se lembra hoje do que foram os aterrorizantes primeiros anos da epidemia de Aids? O certo é que não lembramos das pessoas que morriam -quase desapareciam, literalmente. Temos uma vaga lembrança, o que é diferente.
"E a Vida Continua" é um filme de 1992. De lá para cá, os avanços obtidos no domínio desse mal foram imensos. Mesmo naquele instante já se conhecia bastante sobre sua natureza.
O filme de Roger Spottiswoode volta bastante no tempo, regride até os primeiros cientistas que, desconcertados, constatam a existência de um novo e devorador vírus. Primeiro, as coisas se passam na África, de maneira que o mundo vai se lixar para o que ocorre.
Depois, vem para Europa e EUA. Não que ele deixe de abordar a questão do lado dos homossexuais, por exemplo, que foram suas primeiras vítimas mais evidentes (boa parte do filme se passa em San Francisco). Mas disso ninguém se esqueceu.
Certos outros fatos somos tentados a esquecer, como o longo processo movido contra os bancos de sangue, que se tornaram difusores privilegiados do vírus.
Mas que vírus era esse? Depois de tantos coquetéis, campanhas educativas etc., nem nos lembramos da verdadeira epopéia científica que foi isolar o vírus, adquirindo a possibilidade de conhecê-lo. Não só epopéia científica mas também batalha judicial, que não passou nem de longe despercebida aos realizadores do filme.
Vale lembrar, por fim, que os heróis do filme são médicos do serviço público. É outra coisa de que tendemos a esquecer com a mesma facilidade que o descascamos ao menor problema que nos dá: suas virtudes.


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