Clarinetista paulista toca sambas e choros de sua autoria com o violonista Cláudio Menandro, nesta noite, no Sesc Ipiranga

Circular Brasil ajuda a fazer intercâmbio entre músicos de diferentes regiões do Brasil; Moura desconhecia a obra de seu convidado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma das maiores referências na música instrumental brasileira das últimas quatro décadas, o clarinetista Paulo Moura é o convidado do violonista Cláudio Menandro, hoje, em show no Sesc Ipiranga. O encontro faz parte do Circular Brasil, projeto que promove o intercâmbio entre instrumentistas de várias regiões do país.
"O Brasil é plural, mas falta um intercâmbio mais consistente entre os músicos", diz o violonista Marcelo Guima, criador e coordenador do projeto patrocinado pela Petrobras. Desde 2006, o Circular Brasil já realizou mais de 50 shows em diversos Estados.
O mesmo formato se repete aqui: um instrumentista da nova geração (ou até experiente, mas ainda pouco conhecido em nível nacional) divide o palco com um expoente do gênero. Guinga, Nivaldo Ornelas, Carlos Malta e Renato Borghetti já participaram do evento.
"Cada Estado tem uma pegada diferente", comenta Moura, paulista radicado no Rio que gosta de cultivar parcerias com músicos de outras regiões. É o que demonstram seus últimos discos, gravados em duos com o violonista gaúcho Yamandú Costa e com o pianista acreano João Donato, além de um recente CD com o cantor pernambucano Josildo Sá.
No show de hoje, Moura toca alguns sambas e choros de sua autoria, como "Estação Leopoldina" e "Tarde de Chuva", além do clássico "Batuque na Cozinha" (de João da Bahiana). Depois se junta a Menandro, no xote "Capitão Fonseca", de autoria do violonista.
"O Cláudio é um talentoso compositor. Escreve coisas bonitas e também toca rabeca muito bem", elogia Moura, que não conhecia a obra musical de Menandro até o primeiro show, no mês passado. (CARLOS CALADO)

CIRCULAR BRASIL