São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Mônica Bergamo

bergamo@folhasp.com.br

Bruno Fernandes/Folha Images
Milú Villela em exposição no Itaú Cultural

No forno

Já está redigida a lei que será enviada ao Congresso Nacional com as regras para a exploração do pré-sal. Os leilões para a exploração das áreas serão feitos diretamente pelo governo, e não pela Agência Nacional do Petróleo. Uma estatal será criada para gerir e fiscalizar os contratos. Empresas que ganharem as concessões morrerão com o prejuízo caso não encontrem petróleo na exploração e terão suas despesas reembolsadas em caso de sucesso. O resultado da exploração será partilhado com a União, em percentuais a serem definidos em cada edital.

BATALHÃO
O texto foi revisado nesta semana em encontro que reuniu no Palácio do Planalto a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, o ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, José Antonio Toffoli e mais um batalhão de juristas, assessores e advogados.

INTERROGAÇÃO
Apenas um ponto ficou pendente: a possibilidade de o governo conceder à Petrobras, sem licitação, grandes e importantes áreas a serem exploradas. Foram levantadas várias dúvidas se essa proposta terá amparo jurídico -ou se gerará uma enxurrada de ações judiciais contestando o privilégio.

PARA SEMPRE
De todas as mágoas e rancores que José Sarney guardará da crise no Senado, as maiores e profundas são reservadas ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). De acordo com pessoa próxima de Sarney, o tucano é um dos principais arquitetos da turbulência que o atinge. "Sarney não pode nem ouvir falar no nome dele", de acordo com esse interlocutor.

VAGA RESERVADA
Os shoppings de São Paulo estarão sujeitos a multa diária se não fiscalizarem a utilização das vagas de estacionamento exclusivas para deficientes. Os estabelecimentos vão assinar neste mês um acordo com o Ministério Público e a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência comprometendo-se a vistoriar essas áreas, que não podem ser vigiadas por policiamento externo.

LINHA CRUZADA
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) julga neste mês um recurso da TIM contra a campanha "A Oi Acabou com a Multa", da operadora concorrente. A autora da reclamação alega que o fim da cobrança é regra da Anatel e que a rival estaria enganando o consumidor ao vender como exclusividade uma "obrigação legal". A Oi diz que o prazo de veiculação da campanha já terminou e que mantém sua política de não cobrar multas.

AVIÃO DE PAPEL
A Gol voltou a ser tema de golpes de internet. Circula na rede um e-mail anunciando a retomada da promoção de passagens aéreas da empresa a R$ 1, com um falso link para a compra on-line. Ao clicar na página, é instalado o programa que rouba os dados do usuário.

PALCO PERIFÉRICO
A atriz Carolina Ferraz ministrará oficinas gratuitas de interpretação para moradores da periferia da zona sul de SP.

 


Os encontros, em parceria com o Instituto Sou da Paz, serão mensais e devem começar em setembro.

MARIA BETHÂNIA

"Pergunta para o presidente!"

Depois de cantar no Canecão, no Prêmio da Música Brasileira, anteontem, no Rio, Maria Bethânia trocou a roupa branca do palco por um terno cinza e um coque.

 


Séria, só abriu um sorriso e até gargalhou antes de responder o que achava sobre o Ministério da Cultura ter derrubado o veto da comissão que avalia os projetos da Lei Rouanet e, por fim, ter autorizado seu irmão, Caetano Veloso, a captar R$ 2 milhões para sua nova turnê.
 


Bethânia também já teve um patrocínio, de R$ 1,5 milhão, vetado e depois revisto por Juca Ferreira, ministro da Cultura.
 


"Hahaha!", riu por alguns segundos. Quando ouviu a pergunta pela segunda vez, respondeu com um "sei lá". "Pergunta para o presidente! Ele é que sabe!".

MAITÊ PROENÇA

"Ela roubou o nome do Velázquez?"

A atriz Maitê Proença procurou a coluna para responder à escritora Lygia Fagundes Telles, que ameaça processá-la porque ela estreia hoje, no Rio, a peça "As Meninas", mesmo nome de romance de sua autoria que está sendo adaptado para o teatro.

FOLHA - Lygia Fagundes Telles disse à coluna que tem vontade de subir ao palco na estreia da tua peça e te chamar de ladra.
MAITÊ PROENÇA
- Ai, meu Deus! Olha, vou te falar o que aconteceu. Há três meses, a Lucia Riff, minha agente literária, que é também agente dela, falou: "A Lygia está preocupada porque fez uma adaptação do romance dela, "As Meninas", para o teatro e ela gostaria que você mudasse o título da sua peça". Aí eu falei: "Mas, Lucia, a minha peça não é um romance adaptado. Ela já nasceu com esse nome, como esquete, há cinco anos, que depois eu transformei numa peça". "As Meninas" é um nome de domínio público. É como a árvore, o coqueiro, os homens. É um nome que o Velázquez usou num quadro de 1700, muito conhecido, que tá lá no Museu do Prado [em Madri]. O Picasso escreveu 67 desdobramentos desse quadro do Velázquez que também se chamam "As Meninas". Mas tudo bem. Em deferência à Lygia, pela vida da Lygia, pelo amor que eu tenho por ela, jamais gostaria de magoá-la. E tentei mudar.

FOLHA - E o que aconteceu?
MAITÊ
- Eu tive problemas com a burocracia da Lei Rouanet. O MinC disse que reconheceria a mudança se o meu principal patrocinador, a Eletrobrás, fizesse uma carta de anuência. Mas a estatal não dá carta de anuência. Eu decidi então botar todo o meu material publicitário como "Festa de Menina". O MinC não aceitou. Não posso fazer mais nada. Eu tentei. Tentei.

FOLHA - Você chegou a avisar a Lygia?
MAITÊ
- Sim, mandei para ela toda a troca de e-mails com o ministério, com a Eletrobrás.

FOLHA - E por que ela teve uma reação tão forte?
MAITÊ
- Eu fiz o que pude. Frustrada, porque eu queria manter o nome da minha peça, que já nasceu assim, ao contrário da dela, que é apenas uma adaptação de um romance. Ela vai mudar o quadro do Velázquez também? Ela vai chamar o Picasso de ladrão, vai chamar o Velázquez de ladrão? Ou foi ela que roubou o nome do Velázquez? Como é que fica essa incongruência? Olha, eu não quero entrar nesse litígio pelo respeito que eu tenho por ela e por todo o movimento que eu sei que fiz. A minha peça vai ser um sucesso, a dela também. Ela tem seis meses para arranjar uma solução criativa para esse problema. A peça dela nem está ensaiada. Só fez leitura.

CURTO-CIRCUITO
O POETA Antonio Cicero, colunista da Folha, inicia na próxima terça o curso "Que é a Poesia", no B-arco.
A ARTISTA PLÁSTICA Yanna Soares inaugura hoje a mostra "Colonial Contemporâneo", na Casa Turquesa, em Paraty.
COMEÇA HOJE o Senac Lab, com oficinas nas áreas de gastronomia, fotografia, moda, eventos e beleza, na praça do Capivari, no centro de Campos do Jordão.

com ADRIANA KÜCHLER e DIÓGENES CAMPANHA e LEANDRO NOMURA



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