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Mônica Bergamo
bergamo@folhasp.com.br
Bruno Fernandes/Folha Images
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Milú Villela em exposição no Itaú Cultural
No forno
Já está redigida a lei
que será enviada ao
Congresso Nacional com
as regras para a
exploração do pré-sal. Os
leilões para a exploração
das áreas serão feitos
diretamente pelo
governo, e não pela
Agência Nacional do
Petróleo. Uma estatal
será criada para gerir e
fiscalizar os contratos.
Empresas que ganharem
as concessões morrerão
com o prejuízo caso não
encontrem petróleo na
exploração e terão suas
despesas reembolsadas
em caso de sucesso. O
resultado da exploração
será partilhado com a
União, em percentuais a
serem definidos em cada
edital.
BATALHÃO
O texto foi revisado nesta semana em encontro que reuniu
no Palácio do Planalto a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, o ministro Edison Lobão, de
Minas e Energia, Luciano Coutinho, presidente do BNDES,
José Antonio Toffoli e mais um
batalhão de juristas, assessores
e advogados.
INTERROGAÇÃO
Apenas um ponto ficou pendente: a possibilidade de o governo conceder à Petrobras,
sem licitação, grandes e importantes áreas a serem exploradas. Foram levantadas várias
dúvidas se essa proposta terá
amparo jurídico -ou se gerará
uma enxurrada de ações judiciais contestando o privilégio.
PARA SEMPRE
De todas as mágoas e rancores que José Sarney guardará
da crise no Senado, as maiores e
profundas são reservadas ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). De acordo com pessoa
próxima de Sarney, o tucano é
um dos principais arquitetos da
turbulência que o atinge. "Sarney não pode nem ouvir falar
no nome dele", de acordo com
esse interlocutor.
VAGA RESERVADA
Os shoppings de São Paulo
estarão sujeitos a multa diária
se não fiscalizarem a utilização
das vagas de estacionamento
exclusivas para deficientes. Os
estabelecimentos vão assinar
neste mês um acordo com o
Ministério Público e a Secretaria Municipal da Pessoa com
Deficiência comprometendo-se a vistoriar essas áreas, que
não podem ser vigiadas por policiamento externo.
LINHA CRUZADA
O Conar (Conselho Nacional
de Autorregulamentação Publicitária) julga neste mês um
recurso da TIM contra a campanha "A Oi Acabou com a
Multa", da operadora concorrente. A autora da reclamação
alega que o fim da cobrança é
regra da Anatel e que a rival estaria enganando o consumidor
ao vender como exclusividade
uma "obrigação legal". A Oi diz
que o prazo de veiculação da
campanha já terminou e que
mantém sua política de não cobrar multas.
AVIÃO DE PAPEL
A Gol voltou a ser tema de
golpes de internet. Circula na
rede um e-mail anunciando a
retomada da promoção de passagens aéreas da empresa a
R$ 1, com um falso link para a
compra on-line. Ao clicar na
página, é instalado o programa
que rouba os dados do usuário.
PALCO PERIFÉRICO
A atriz Carolina Ferraz ministrará oficinas gratuitas de
interpretação para moradores
da periferia da zona sul de SP.
Os encontros, em parceria
com o Instituto Sou da Paz, serão mensais e devem começar
em setembro.
MARIA BETHÂNIA
"Pergunta para o presidente!"
Depois de cantar no Canecão, no Prêmio da Música
Brasileira, anteontem, no
Rio, Maria Bethânia trocou a
roupa branca do palco por
um terno cinza e um coque.
Séria, só abriu um sorriso
e até gargalhou antes de responder o que achava sobre o
Ministério da Cultura ter
derrubado o veto da comissão que avalia os projetos da
Lei Rouanet e, por fim, ter
autorizado seu irmão, Caetano Veloso, a captar R$ 2
milhões para sua nova turnê.
Bethânia também já teve
um patrocínio, de R$ 1,5 milhão, vetado e depois revisto
por Juca Ferreira, ministro
da Cultura.
"Hahaha!", riu por alguns
segundos. Quando ouviu a
pergunta pela segunda vez,
respondeu com um "sei lá".
"Pergunta para o presidente!
Ele é que sabe!".
MAITÊ PROENÇA
"Ela roubou o nome do Velázquez?"
A atriz Maitê Proença procurou a coluna para responder
à escritora Lygia Fagundes Telles, que ameaça processá-la
porque ela estreia hoje, no Rio,
a peça "As Meninas", mesmo
nome de romance de sua autoria que está sendo adaptado
para o teatro.
FOLHA - Lygia Fagundes Telles disse à coluna que tem vontade de subir ao palco na estreia da tua peça e
te chamar de ladra.
MAITÊ PROENÇA - Ai, meu Deus!
Olha, vou te falar o que aconteceu. Há três meses, a Lucia
Riff, minha agente literária,
que é também agente dela, falou: "A Lygia está preocupada
porque fez uma adaptação do
romance dela, "As Meninas",
para o teatro e ela gostaria que
você mudasse o título da sua
peça". Aí eu falei: "Mas, Lucia,
a minha peça não é um romance adaptado. Ela já nasceu com
esse nome, como esquete, há
cinco anos, que depois eu
transformei numa peça". "As
Meninas" é um nome de domínio público. É como a árvore, o
coqueiro, os homens. É um nome que o Velázquez usou num
quadro de 1700, muito conhecido, que tá lá no Museu do
Prado [em Madri]. O Picasso
escreveu 67 desdobramentos
desse quadro do Velázquez
que também se chamam "As
Meninas". Mas tudo bem. Em
deferência à Lygia, pela vida da
Lygia, pelo amor que eu tenho
por ela, jamais gostaria de magoá-la. E tentei mudar.
FOLHA - E o que aconteceu?
MAITÊ - Eu tive problemas
com a burocracia da Lei
Rouanet. O MinC disse que
reconheceria a mudança se
o meu principal patrocinador, a Eletrobrás, fizesse
uma carta de anuência. Mas
a estatal não dá carta de
anuência. Eu decidi então
botar todo o meu material
publicitário como "Festa de
Menina". O MinC não aceitou. Não posso fazer mais
nada. Eu tentei. Tentei.
FOLHA - Você chegou a avisar
a Lygia?
MAITÊ - Sim, mandei para
ela toda a troca de e-mails
com o ministério, com a
Eletrobrás.
FOLHA - E por que ela teve
uma reação tão forte?
MAITÊ- Eu fiz o que pude.
Frustrada, porque eu queria manter o nome da minha peça, que já nasceu assim, ao contrário da dela,
que é apenas uma adaptação de um romance. Ela vai
mudar o quadro do Velázquez também? Ela vai chamar o Picasso de ladrão, vai
chamar o Velázquez de ladrão? Ou foi ela que roubou
o nome do Velázquez? Como é que fica essa incongruência? Olha, eu não quero entrar nesse litígio pelo
respeito que eu tenho por
ela e por todo o movimento
que eu sei que fiz. A minha
peça vai ser um sucesso, a
dela também. Ela tem seis
meses para arranjar uma
solução criativa para esse
problema. A peça dela nem
está ensaiada. Só fez leitura.
CURTO-CIRCUITO
O POETA Antonio Cicero, colunista da Folha, inicia na
próxima terça o curso "Que é a Poesia", no B-arco.
A ARTISTA PLÁSTICA Yanna Soares inaugura hoje a mostra
"Colonial Contemporâneo", na Casa Turquesa, em Paraty.
COMEÇA HOJE o Senac Lab, com oficinas nas áreas de
gastronomia, fotografia, moda, eventos e beleza, na praça
do Capivari, no centro de Campos do Jordão.
com ADRIANA KÜCHLER e DIÓGENES CAMPANHA e LEANDRO NOMURA
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