|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Da rua ao museu, grafite vira sensação
DA ENVIADA A BRISTOL
"Talvez um dia o grafite
esteja em muitos museus e
seja apreciado como é a arte moderna. Pessoalmente, no entanto, eu espero
que ele nunca se rebaixe
tanto." A declaração de
Banksy, à luz de sua megaexposição no Museu da
Cidade, em Bristol, é um
tiro no próprio pé, mas
ilustra bem a crise de identidade da arte de rua quando confinada num museu.
Banksy se encantou pelo grafite quando um sujeito de codinome 3D começou a pichar os muros de
Bristol nos anos 80. 3D
abandonou as ruas para
criar a banda Massive Attack, e Banksy assumiu
seu posto, ocupando o espaço urbano com mensagens divertidas e políticas.
O caráter anárquico do
grafite, quando institucionalizado em espaços tradicionais, ou se transforma
ou parece se perder. Na
mostra de Banksy, aquilo
que é intrigante nas ruas
muitas vezes se torna ingênuo no museu.
Mas exposições de grafiteiros se revelaram um fenômeno de público. Espaços especializados no estilo criaram um nicho de arte. Baixo Ribeiro, diretor
da Galeria Choque Cultural, em SP, defende que
museus ou galerias são espaços perfeitos para artistas de rua aprofundarem
ideias. "Ali, essas ideias
têm mais chance de serem
compreendidas, assimiladas e legitimadas", diz.
Se isso é nivelar o grafite
por cima ou por baixo, parece ser mera questão de
ponto de vista.
(FM)
Texto Anterior: Desenho de Banksy é alvo de pichação Próximo Texto: "Relação de mães e filhas é complexa", diz O'Brien Índice
|