São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Da rua ao museu, grafite vira sensação

DA ENVIADA A BRISTOL

"Talvez um dia o grafite esteja em muitos museus e seja apreciado como é a arte moderna. Pessoalmente, no entanto, eu espero que ele nunca se rebaixe tanto." A declaração de Banksy, à luz de sua megaexposição no Museu da Cidade, em Bristol, é um tiro no próprio pé, mas ilustra bem a crise de identidade da arte de rua quando confinada num museu.
Banksy se encantou pelo grafite quando um sujeito de codinome 3D começou a pichar os muros de Bristol nos anos 80. 3D abandonou as ruas para criar a banda Massive Attack, e Banksy assumiu seu posto, ocupando o espaço urbano com mensagens divertidas e políticas.
O caráter anárquico do grafite, quando institucionalizado em espaços tradicionais, ou se transforma ou parece se perder. Na mostra de Banksy, aquilo que é intrigante nas ruas muitas vezes se torna ingênuo no museu.
Mas exposições de grafiteiros se revelaram um fenômeno de público. Espaços especializados no estilo criaram um nicho de arte. Baixo Ribeiro, diretor da Galeria Choque Cultural, em SP, defende que museus ou galerias são espaços perfeitos para artistas de rua aprofundarem ideias. "Ali, essas ideias têm mais chance de serem compreendidas, assimiladas e legitimadas", diz.
Se isso é nivelar o grafite por cima ou por baixo, parece ser mera questão de ponto de vista. (FM)


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