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Versátil, Quarteto Emerson toca em SP
Grupo, que já ganhou oito prêmios Grammy, tocará dois programas com seis obras de vários autores
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Oito vezes vencedor do
Grammy, o Quarteto Emerson,
que se apresenta hoje e amanhã
na série de concertos da Sociedade de Cultura Artística, é não
só uma das mais respeitadas
formações de câmara da atualidade como um dos quartetos
mais versáteis em atividade.
Realizando 90 concertos ao
ano, o grupo, sediado em Nova
York, faz do revezamento na
chefia a chave para executar cada vez mais obras e compositores: os violinistas Eugene Drucker e Philip Setzer se alternam
como "spalla" (primeiro violino, posição de liderança, que
tradicionalmente se defronta
com a escrita mais difícil).
"Tocamos mais repertório
pois temos a sorte de ter dois
músicos que se alternam entre
o primeiro e o segundo violino.
Eles dividem o peso de ter de
aprender tanta música", explica o violista Lawrence Dutton,
que completa o grupo ao lado
do violoncelista David Finckel.
Em sua primeira turnê brasileira, o grupo faz dois programas com seis obras de diferentes autores. Hoje, ele visita os
mundos do sofisticado quarteto do francês Maurice Ravel
(1875-1937) e da intensa "A
Morte e a Donzela", do vienense Franz Schubert (1797-1828).
Já amanhã é a vez do transparente classicismo do "Quarteto Op. 74 n. 2", do austríaco
Joseph Haydn (1732-1809), e
do universo atormentado do
"Quarteto n. 13", do russo Dmitri Chostakovitch (1906-1975).
Criado no bicentenário da independência americana, em
1976, o conjunto foi batizado
em homenagem a um literato
-o escritor Ralph Waldo
Emerson (1803-1882), natural
de Boston, expoente da filosofia transcendentalista.
Na récita de hoje, a música
dos EUA está representada pelo primeiro quarteto de cordas
de Charles Ives (1874-1974),
natural de Connecticut, e, na de
amanhã, pelo "Quarteto Americano", que o tcheco Antonín
Dvorák (1841-1904) escreveu
quando foi professor do Conservatório de Nova York.
"Estamos gravando os últimos quartetos e o quinteto com
viola de Dvorák, que, além de
grande músico, era um personagem interessantíssimo",
conta Dutton. "Os brancos ricos que o trouxeram para a
América não imaginavam que
ele fosse gostar tanto da música
negra que ouviria nos clubes e
nas ruas -uma música que, em
seus termos, ele levou para o
idioma clássico."
QUARTETO EMERSON
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio
Prestes, s/n., tel. 0/xx/11/3223-3966)
Quanto: R$ 90 a R$ 230 (R$ 10 para
estudantes com até 30 anos, meia
hora antes dos concertos)
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