São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Versátil, Quarteto Emerson toca em SP

Grupo, que já ganhou oito prêmios Grammy, tocará dois programas com seis obras de vários autores

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Oito vezes vencedor do Grammy, o Quarteto Emerson, que se apresenta hoje e amanhã na série de concertos da Sociedade de Cultura Artística, é não só uma das mais respeitadas formações de câmara da atualidade como um dos quartetos mais versáteis em atividade.
Realizando 90 concertos ao ano, o grupo, sediado em Nova York, faz do revezamento na chefia a chave para executar cada vez mais obras e compositores: os violinistas Eugene Drucker e Philip Setzer se alternam como "spalla" (primeiro violino, posição de liderança, que tradicionalmente se defronta com a escrita mais difícil).
"Tocamos mais repertório pois temos a sorte de ter dois músicos que se alternam entre o primeiro e o segundo violino. Eles dividem o peso de ter de aprender tanta música", explica o violista Lawrence Dutton, que completa o grupo ao lado do violoncelista David Finckel.
Em sua primeira turnê brasileira, o grupo faz dois programas com seis obras de diferentes autores. Hoje, ele visita os mundos do sofisticado quarteto do francês Maurice Ravel (1875-1937) e da intensa "A Morte e a Donzela", do vienense Franz Schubert (1797-1828). Já amanhã é a vez do transparente classicismo do "Quarteto Op. 74 n. 2", do austríaco Joseph Haydn (1732-1809), e do universo atormentado do "Quarteto n. 13", do russo Dmitri Chostakovitch (1906-1975).
Criado no bicentenário da independência americana, em 1976, o conjunto foi batizado em homenagem a um literato -o escritor Ralph Waldo Emerson (1803-1882), natural de Boston, expoente da filosofia transcendentalista. Na récita de hoje, a música dos EUA está representada pelo primeiro quarteto de cordas de Charles Ives (1874-1974), natural de Connecticut, e, na de amanhã, pelo "Quarteto Americano", que o tcheco Antonín Dvorák (1841-1904) escreveu quando foi professor do Conservatório de Nova York.
"Estamos gravando os últimos quartetos e o quinteto com viola de Dvorák, que, além de grande músico, era um personagem interessantíssimo", conta Dutton. "Os brancos ricos que o trouxeram para a América não imaginavam que ele fosse gostar tanto da música negra que ouviria nos clubes e nas ruas -uma música que, em seus termos, ele levou para o idioma clássico."


QUARTETO EMERSON

Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/n., tel. 0/xx/11/3223-3966)
Quanto: R$ 90 a R$ 230 (R$ 10 para estudantes com até 30 anos, meia hora antes dos concertos)




Texto Anterior: "O Guia" roda o mundo em viagem gastronômica
Próximo Texto: Carlos Heitor Cony: Orgulho do Rio
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.