São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Os independentes vão às compras

Inauguração de salas Arteplex em shopping e recente contrato em SP do Estação dão fôlego aos "alternativos"

Divulgação
Robert Modica e Anna Thomson, em cena de "Fast Food Fast Women", de Amos Kollek, que estréia hoje, no novo Arteplex, em SP


SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

É cinema de shopping, mas pretende ir além de Hollywood. As nove salas do Unibanco Arteplex que abrem hoje em São Paulo promovem a convivência (no mesmo piso do centro comercial na rua Frei Caneca) de superproduções hollywoodianas e representantes da fatia independente de norte a sul do globo.
"Parque dos Dinossauros 3" e "Planeta dos Macacos" ladeiam o cinema iraniano ("O Círculo"), o mexicano ("Baixo Califórnia"), o francês ("Gotas d'Água em Pedras Escaldantes"), o espanhol ("Flamenco") e o independente norte-americano ("Fast Food, Fast Women").
O cinema brasileiro comparece com um de seus títulos emblemáticos dos 60 ("São Paulo SA", de Luís Sérgio Person) e com os recentes "Copacabana" e "Tainá".
Somadas a outras oito salas que, sob o comando do grupo Estação reorientam seu perfil para os filmes de qualidade, totalizam-se mais 2.471 lugares na cidade para o cinema com sotaques nacionais.
O novo fôlego do circuito independente dá chances de velocidade à circulação de títulos que adormecem na fila das estréias (veja quadro nesta página).
Há público para tanto? A resposta é sim, se considerada a média anual de ocupação de salas do Espaço Unibanco -47%. O índice, muito superior ao do complexo Cinemark em São Paulo (25%), foi fundamental para impulsionar o proprietário do Espaço, Adhemar Oliveira, ao empreendimento de R$ 7 milhões na instalação do Unibanco Arteplex (em sociedade com Leon Cakoff). "Em relação ao público, eu estava com a cabeça batendo no teto."
O Estação inicia a empreitada paulistana -selada em contrato com o Alvorada- com as credenciais do cinema francês de ontem ("Zazie no Metrô", de Louis Malle) e o de hoje ("Rios Vermelhos", de Mathieu Kassovitz).
Resultado: o espectador tem hoje mais opções de escolha para exercitar o (único) consenso sobre cinema, cunhado pela "bíblia" "Cahiers": "Há filmes que vemos e filmes que nos atravessam".


Texto Anterior: Programação de TV
Próximo Texto: Kollek faz rir dos "tempos acelerados"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.