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Kollek faz rir dos "tempos acelerados"
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele é judeu, dirige comédias de
baixo orçamento ambientadas
em Nova York e se interessa sobretudo por personagens "laterais, pessoas comuns que vivem
sós e, às vezes, no limite".
Mas a comparação com Woody
Allen não envaidece Amos Kollek, 53, cujo "Fast Food Fast Women" estréia hoje em São Paulo.
"Gosto dos primeiros filmes de
Allen e o acho muito talentoso,
mas não tenho ambição de ser
comparado a ele. Tento fazer meu
próprio cinema", diz.
Ele define "Fast Food Fast Women" como "uma comédia romântica sobre pessoas solitárias
procurando o amor numa grande
cidade" e acrescenta: "O filme
também examina a vida sexual
depois dos 60".
Os solitários em busca da cara-metade são a garçonete Bella (Anna Thomson) e o motorista de táxi Bruno (Jamie Harris), que erram o diagnóstico das preferências recíprocas e, ao fingirem ser o
que não são com intenções de
conquista, desatendem as expectativas que pensavam preencher.
Os maiores de 60 que tentam
acertar o ritmo sobre os lençóis
gravitam em torno da lanchonete
em que Bella amealha seus trocados e dos percursos de Bruno.
O tempo corre rápido na vida
dos personagens, mas não na câmera de Kollek. "O título se refere
a esses nossos dias, em que tudo
anda tão mais rápido do que há
apenas duas décadas. Parece que
as pessoas nunca têm tempo para
fazer nada sem pressa. Com um
filme em si não muito rápido, quis
sugerir que é correto as coisas tomarem o seu tempo."
Para realizar seus primeiros trabalhos, na década de 80, o cineasta tomava dinheiro de investidores privados americanos. Hoje,
não revela o orçamento dos títulos que realiza, por "orientação
dos produtores", mas explica que
vem conseguindo financiamento
de produtoras e distribuidoras
européias e japonesas. Razão pela
qual a produção de "Fast Food
Fast Women" é assinada por
França, Alemanha e Japão, e a fotografia do filme, pelo francês
Jean-Marc Fabre ("Um Herói
Muito Discreto").
"Vejo os títulos "mainstream" de
Hollywood e geralmente gosto.
Mas nunca me parecem o tipo de
filme que eu faria. Não gosto de
fórmulas. Prefiro filmar coisas
que estão na minha cabeça.
"Além do mais, nenhum estúdio
me ofereceu US$ 100 milhões para
fazer um filme até hoje..."
Pode não chegar a ser uma fórmula, mas a atriz Anna Thomson
é presença frequente nos filmes de
Kollek. "Acho-a impressionante e
incomumente talentosa. Também somos amigos, o que ajuda."
Deve estrear ainda este semestre
no Brasil "Queenie in Love", filme
que Kollek concluiu no início do
ano nos Estados Unidos. Em tempo: a protagonista desta vez é Valerie Geffner, a rapidíssima Wanda de "Fast Food Fast Women".
(SA)
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