São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2001

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Kollek faz rir dos "tempos acelerados"

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele é judeu, dirige comédias de baixo orçamento ambientadas em Nova York e se interessa sobretudo por personagens "laterais, pessoas comuns que vivem sós e, às vezes, no limite".
Mas a comparação com Woody Allen não envaidece Amos Kollek, 53, cujo "Fast Food Fast Women" estréia hoje em São Paulo. "Gosto dos primeiros filmes de Allen e o acho muito talentoso, mas não tenho ambição de ser comparado a ele. Tento fazer meu próprio cinema", diz.
Ele define "Fast Food Fast Women" como "uma comédia romântica sobre pessoas solitárias procurando o amor numa grande cidade" e acrescenta: "O filme também examina a vida sexual depois dos 60".
Os solitários em busca da cara-metade são a garçonete Bella (Anna Thomson) e o motorista de táxi Bruno (Jamie Harris), que erram o diagnóstico das preferências recíprocas e, ao fingirem ser o que não são com intenções de conquista, desatendem as expectativas que pensavam preencher.
Os maiores de 60 que tentam acertar o ritmo sobre os lençóis gravitam em torno da lanchonete em que Bella amealha seus trocados e dos percursos de Bruno.
O tempo corre rápido na vida dos personagens, mas não na câmera de Kollek. "O título se refere a esses nossos dias, em que tudo anda tão mais rápido do que há apenas duas décadas. Parece que as pessoas nunca têm tempo para fazer nada sem pressa. Com um filme em si não muito rápido, quis sugerir que é correto as coisas tomarem o seu tempo."
Para realizar seus primeiros trabalhos, na década de 80, o cineasta tomava dinheiro de investidores privados americanos. Hoje, não revela o orçamento dos títulos que realiza, por "orientação dos produtores", mas explica que vem conseguindo financiamento de produtoras e distribuidoras européias e japonesas. Razão pela qual a produção de "Fast Food Fast Women" é assinada por França, Alemanha e Japão, e a fotografia do filme, pelo francês Jean-Marc Fabre ("Um Herói Muito Discreto").
"Vejo os títulos "mainstream" de Hollywood e geralmente gosto. Mas nunca me parecem o tipo de filme que eu faria. Não gosto de fórmulas. Prefiro filmar coisas que estão na minha cabeça. "Além do mais, nenhum estúdio me ofereceu US$ 100 milhões para fazer um filme até hoje..."
Pode não chegar a ser uma fórmula, mas a atriz Anna Thomson é presença frequente nos filmes de Kollek. "Acho-a impressionante e incomumente talentosa. Também somos amigos, o que ajuda."
Deve estrear ainda este semestre no Brasil "Queenie in Love", filme que Kollek concluiu no início do ano nos Estados Unidos. Em tempo: a protagonista desta vez é Valerie Geffner, a rapidíssima Wanda de "Fast Food Fast Women". (SA)


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