|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"TREZE DIAS QUE ABALARAM O MUNDO"
Filme é bom, apesar de Kevin Costner
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Coitado do Kevin Costner. A
culpa pode ser toda de Madonna, que imita estar vomitando
de desgosto assim que ele sai de
seu camarim no documentário
"Na Cama com Madonna" (91).
Pode ser ainda dos 564 filmes
sobre beisebol que ele fez -entre
eles "Baseball - Em Busca dos Sonhos" (1981), "Sorte no Amor"
(88), "Campo dos Sonhos" (89)...
O fato é que faz tempo que ninguém o leva a sério. Este "Treze
Dias que Abalaram o Mundo",
um bom filme, dirigido pelo amigo Roger Donaldson e produzido
por Costner, deveria ser a sua
grande volta por cima. Deveria,
mas não foi. Porque o ator Bruce
Greenwood, que encarna John
Fitzgerald Kennedy, rouba a cena.
Nos momentos de maior tensão, quando JFK tem de, ao mesmo tempo, marcar posição junto
ao eleitorado, agradar os militares
e ainda assim chegar a um acordo
com o então líder soviético sem se
mostrar fraco, o espectador consegue enxergar a divisão por que
o presidente passou.
Fora isso, o filme explicita a capacidade que o cineasta americano médio tem de entreter sua platéia, seja ela qual for e não importando o quão específico é o assunto. Aconteceu com "Segredos do
Poder" (sobre a ascensão de Bill
Clinton) e "The Contender" (sobre a guinada moralista que deu a
política nos EUA), ambos sem ligação imediata com o público
brasileiro, mas assistíveis.
Acontece de novo com este
"Treze Dias", sobre a chamada
"crise dos mísseis cubanos". Em
outubro de 1962, o governo soviético instalou ogivas nucleares secretamente em Cuba. Os artefatos
poderiam destruir os EUA -com
exceção de Seattle, o que garantiria pelo menos a existência futura
do Nirvana.
Como JFK, seu irmão, o ministro da Justiça Robert Kennedy, e o
assessor Kenny O'Donnell (Costner) lidam com a crise e a resolvem é o tema do filme.
Treze Dias que Abalaram o
Mundo
Thirteen Days
Direção: Roger Donaldson
Produção: EUA, 2000
Com: Kevin Costner, Bruce Greenwood
Quando: a partir de hoje nos cines
Anália Franco, Pátio Higienópolis,
Unibanco Arteplex e circuito
Texto Anterior: "Ela podia ser mais animal", afirma Carter Próximo Texto: Música: Britpop retroativo Índice
|