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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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Críticos de arte questionam obra

DA REDAÇÃO

Para críticos de arte brasileiros, a idéia de Wim Delvoye não vai muito além do choque gratuito.
"Quando Piero Manzoni, já há mais de 40 anos, produzia suas latinhas de "Merda de Artista", contava a seu favor, pelo menos, com certa novidade. Se é que novidade é, em si, qualidade", pondera Olívio Tavares de Araújo. "O problema não está em o material ser cocô, xixi, chocolate, sangue de barata, esperma de polvo ou qualquer outra coisa igualmente insólita. O problema está em querer "épater le bourgeois" [chocar o burguês], despertar o escândalo e fazer com que a esquisitice por si só adquira foros de arte", continua Araújo.
"O que me deixa estarrecida é a escala e os valores envolvidos, como se garantissem alguma coisa. Por que uma cloaca desse tamanho, a não ser para ganhar a mídia?", questiona Lisette Lagnado.
Para Tadeu Chiarelli, "Cloaca" "estetiza os atos de ingerir e defecar, retirando do corpo humano essas funções. Transforma todo o sistema em mercadoria, em fetiche". (ALEXANDRA MORAES)


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