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Sons calmos e misturas pop movem a Seattle de hoje
LÚCIO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Da efervescência grunge dos
90 à calmaria folk atual, a Seattle musical repousa quase que
esquecida lá no alto da ponta
esquerda americana, só assistindo ao longe Brooklyn (não
Manhattan!), Portland e a eterna Los Angeles se colocarem
como os lugares mais interessantes para o rock nos EUA.
A gravadora Sub Pop continua lá, a visitação à casa de Kurt
Cobain segue religiosa, o clube
Crocodile fechou e reabriu,
mas o balanço musical da cidade vai em ritmo calmo.
O famoso "som de Seattle",
que começou nas guitarras incendiárias de Hendrix, mas virou mesmo um "selo de qualidade" quando o enérgico rock-camisa-de-flanela grunge alcançou o topo das paradas com
a turma do Nirvana e Pearl
Jam, agora caminha tranquilinho ao som de guitarras barrocas e de letras pastorais de uma
galera folk capitaneada pelo
Fleet Foxes.
O grupo, uma espécie de
Beach Boys mais barbudo e
menos ensolarado, é o último
grande "produto de exportação
de Seattle" dos últimos anos.
Seu álbum de estreia, homônimo, lançado pela Sub Pop em
2008, teve boas vendas nos
EUA, na Europa e no Japão, para um disco indie. Na Inglaterra, chegou ao terceiro lugar na
parada britânica.
A banda, erguida ao sucesso
indie graças primeiramente aos
blogs e à milionária visitação ao
seu MySpace, está em plena
turnê americana, a caminho do
festival Lollapalooza (Chicago).
Depois, Reino Unido, França e
o segundo disco.
Nem parece, mas outro nome que sai de Seattle para bombar em outros undergrounds é
a banda Natalie's Portman Shaved Head, de nome inspirado
na aparição careca da atriz no
filme "V de Vingança". É som
indie eletrônico com vocal quase o tempo todo em falsete. Cobain olharia torto.
Mas a "salvação" de Seattle,
se ela vier, pode vir de uma outra banda de nome engraçado:
Throw Me the Statue (atire-me
a estátua), quinteto que mistura tudo (indie, eletrônico, folk)
e soa deliciosamente pop.
Seu álbum de estreia,
"Moonbeams" (2008), é campeão de audiência na blogosfera americana, que espera com
dedo colado no mouse o segundo CD da banda, que sai neste
mês e deve virar febre virtual.
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