São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2011

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Wilson moldou atuação no corpo de jovem ator

DE SÃO PAULO

O teatro plástico de Bob Wilson é tão preciso que seus quadros vivos parecem emoldurados. Em "A Última Gravação de Krapp", o diretor prova ser exato também como ator.
Seu trabalho em cena tomou forma inicialmente com exercícios de improvisação. Numa segunda etapa, Wilson convocou o jovem ator Charles Chemin a subir no palco e reproduzir sua atuação, que passou a ser dirigida por ele, agora espectador de si.
"Lentamente, fui incorporando sua movimentação dentro de mim", disse o artista, que foi ao palco poucas vezes na carreira.
Krapp, seu personagem, é um septuagenário que tem o hábito de gravar fitas. Antes de iniciar nova gravação, ouve uma feita aos 30 anos. Beckett (e o próprio Wilson) contrapõe a confiança juvenil com a descrença da maturidade.
A discussão sobre o envelhecimento pode ser séria, mas, para Wilson, deve ser feita com humor: "É necessário descobrir a comicidade do texto".
O diretor inspirou-se em Buster Keaton e Charles Chaplin para o novo trabalho. "Eles usavam maquiagem artificial, movimentavam-se de modo antinaturalista. Além disso, interpretavam tragédia como atores cômicos e conheciam o silêncio como poucos", afirma Wilson. (GM)



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