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Editor faz livro artesanal com tecnologia digital
Leticia Moreira/Folha Imagem
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Vanderley Mendonça, que produz obras sob encomenda
DA REPORTAGEM LOCAL
O editor Vanderley Mendonça, criador do selo Demônio
Negro, ilustra bem as possibilidades do novo modelo de impressão digital. "A gente chama
de "on demand", é uma mescla
entre artesanal e os sistemas de
impressão modernos", diz.
Ele acaba de lançar uma edição de "O Guesa", de Sousândrade (1833-1902), em parceria
com a editora Annablume. Os
caracteres e a diagramação das
páginas são semelhantes à
composição tipográfica utilizada no século 19. Mendonça
acrescenta uma capa dura com
tecido alemão impresso em
prensa de tipos móveis.
"Somos da área de tecnologia
gráfica, usamos recursos que
permitem que nosso tipo de
publicação não fique igual a dos
outros. O miolo é todo digital, o
que permite usar uma gama de
papel muito grande. Usamos
essas possibilidades e damos
um acabamento mais artístico
e menos convencional."
Além disso, existe a questão
econômica. "Poesia não tem
como fazer 10 mil, 5.000, 3.000
exemplares. A impressão "on
demand" veio para isso", diz.
"As tecnologias novas barateiam, mas ainda não têm o nível de qualidade dos sistemas
antigos", diz. "A impressão digital não é melhor que a off set.
As tintas não resistem a certas
intempéries. Mas as [impressoras] mais modernas encadernam e costuram. Já uma impressão tipográfica antiga dura
500 anos, mais do que o off set."
Para Mendonça, a impressão
sob encomenda também permite a economia de papel, já
que os estoques diminuem.
"No Canadá e na Alemanha,
economizar papel é uma política social. A questão ecológica é
muito importante. E os alemães, como criadores das artes
gráficas modernas, usam um
acabamento mais sofisticado".
"No Canadá não existe mais o
sistema convencional", afirma.
O selo Demônio Negro ainda
pretende lançar "ReDuchamp", de Augusto de Campos, "99 Poemas", do catalão
Joan Brossa, e "Pedra de Sol",
de Octavio Paz.
(MS)
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