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Filme de Bruno mantém Barretão na produtora
DA ENVIADA AO RIO
Depois de apresentar "Lula, o Filho do Brasil", no Festival de Brasília, no final do
ano passado, Luiz Carlos
Barreto anunciou a sua aposentadoria.
Ele continua indo à produtora que fundara há quase 50
anos, mas, de fato, saiu da linha de frente. O novo projeto
da empresa, "A Arte de Perder", divulgado na última
quinta-feira por Bruno Barreto, terá, como produtoras,
Lucy Barreto, sua mãe, e
Paula Barreto, sua irmã. "Está na hora de largar o osso e
curtir a carne", diz Barretão.
O novo projeto é uma coprodução internacional entre a LC Barreto e a Goldcrest,
empresa por trás de produções como "Gandhi" (1982).
O filme, que deve ser rodado
em 2011 e terá Glória Pires no
elenco, conta a história de
amor, vivida no Rio dos anos
1950, entre a poeta Elizabeth
Bishop e a carioca Lota de
Macedo Soares.
"Essa associação internacional é muito importante",
diz Barretão, distante, mas
nem tanto. Passado dez meses do fracasso de "Lula", o
produtor enumera os erros
do lançamento com uma lógica cartesiana. Atribui culpas a "Avatar", à data, a mil
coisas. Nunca ao filme.
Lá pelas tantas, Barreto revela, porém, que, de início,
nem Fábio nem Bruno se interessaram pela ideia de
transformar a vida do presidente em filme. E confessa
que chegou a pensar em encarar, ele próprio, a direção.
"1900" NORDESTINO
"Não sirvo para ser diretor.
Não tenho as obsessões dos
cineastas. Só que a coisa foi
indo e, entre 2003 e 2004, comecei a admitir a possibilidade de dirigir o filme", conta.
Mas aí surgiram outros projetos, o tempo passou e, lá pelas tantas, Fábio, enfim, se
interessou pelo projeto.
Barreto deixou a história
com o filho. Mas tem, na cabeça, seu filme sobre a história de Lula.
"Imagina um "1900" [de
Bertolucci]. O grande filme é
o de dois meninos nordestinos, um pobre e um rico, que
vão crescendo", descreve,
com as mãos indo uma em
cada direção. "No fim, eles
terminam num duelo na TV.
Collor e Lula."
Esse filme não foi feito,
mas há outro, de 2h40, que
Barreto tem guardado. Trata-se de uma versão maior de
"Lula", inédita. "Talvez agradasse aos críticos. Se o filme
ficar entre os cinco indicados
ao Oscar, vou lançá-la."
(APS)
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