São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Filme de Bruno mantém Barretão na produtora

DA ENVIADA AO RIO

Depois de apresentar "Lula, o Filho do Brasil", no Festival de Brasília, no final do ano passado, Luiz Carlos Barreto anunciou a sua aposentadoria.
Ele continua indo à produtora que fundara há quase 50 anos, mas, de fato, saiu da linha de frente. O novo projeto da empresa, "A Arte de Perder", divulgado na última quinta-feira por Bruno Barreto, terá, como produtoras, Lucy Barreto, sua mãe, e Paula Barreto, sua irmã. "Está na hora de largar o osso e curtir a carne", diz Barretão.
O novo projeto é uma coprodução internacional entre a LC Barreto e a Goldcrest, empresa por trás de produções como "Gandhi" (1982). O filme, que deve ser rodado em 2011 e terá Glória Pires no elenco, conta a história de amor, vivida no Rio dos anos 1950, entre a poeta Elizabeth Bishop e a carioca Lota de Macedo Soares.
"Essa associação internacional é muito importante", diz Barretão, distante, mas nem tanto. Passado dez meses do fracasso de "Lula", o produtor enumera os erros do lançamento com uma lógica cartesiana. Atribui culpas a "Avatar", à data, a mil coisas. Nunca ao filme.
Lá pelas tantas, Barreto revela, porém, que, de início, nem Fábio nem Bruno se interessaram pela ideia de transformar a vida do presidente em filme. E confessa que chegou a pensar em encarar, ele próprio, a direção.

"1900" NORDESTINO
"Não sirvo para ser diretor. Não tenho as obsessões dos cineastas. Só que a coisa foi indo e, entre 2003 e 2004, comecei a admitir a possibilidade de dirigir o filme", conta. Mas aí surgiram outros projetos, o tempo passou e, lá pelas tantas, Fábio, enfim, se interessou pelo projeto.
Barreto deixou a história com o filho. Mas tem, na cabeça, seu filme sobre a história de Lula.
"Imagina um "1900" [de Bertolucci]. O grande filme é o de dois meninos nordestinos, um pobre e um rico, que vão crescendo", descreve, com as mãos indo uma em cada direção. "No fim, eles terminam num duelo na TV. Collor e Lula."
Esse filme não foi feito, mas há outro, de 2h40, que Barreto tem guardado. Trata-se de uma versão maior de "Lula", inédita. "Talvez agradasse aos críticos. Se o filme ficar entre os cinco indicados ao Oscar, vou lançá-la." (APS)


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: 29ª Bienal de Artes: Bienal tem obras feitas de carne e osso
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.