especial para a Folha

Pelo que Mavis Staples exibiu recentemente nos festivais de Nova Orleans (EUA), Montreux (Suíça) e Umbria (Itália), a platéia do Free Jazz pode se preparar para algo inesquecível.
Uma empatia semelhante dominou as platéias dos três festivais de jazz. Na homenagem que faz à sua mentora musical, a "rainha do gospel" Mahalia Jackson, Mavis se emociona, invariavelmente. E assim acaba contagiando, ou até mesmo levando às lágrimas, boa parte do público.
O concerto tem uma estrutura quase dramática. Apenas um organista (em geral, Lucky Peterson) acompanha Mavis em clássicos do gospel que pertenciam ao repertório de Mahalia, como "Nobody Knows the Trouble I've Seen" e "He's Got the Whole World in His Hands".
Entre uma canção e outra, ela relembra episódios da convivência com a protetora. O clímax do show vem com a sublime interpretação de "Precious Lord".
A cantora chega a se contorcer, como se estivesse em transe, num ritual. Até os mais incrédulos acabam se emocionando. (CC)



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