São Paulo, quarta-feira, 03 de dezembro de 2003 |
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Tony Kushner estréia musical nos EUA e tem peça polêmica adaptada para a TV Anjos do apocalipse
ALEX ABRAMOVICH DO "NEW YORK TIMES" Com dois prêmios Tony no bolso, um Pulitzer e uma pilha enorme de críticas fantásticas, Tony Kushner, 47, diz: "Não preciso de terremotos em minha vida". Apesar disso, ele ingressou na semana mais sismicamente carregada de sua carreira: o musical semi-autobiográfico "Caroline, or Change" entrou em cartaz no Public Theater no último domingo, e a primeira metade da adaptação de US$ 60 milhões e seis horas de duração que Mike Nichols fez de seu épico "Angels in America", repleto de nomes famosos no elenco, estréia no canal de televisão a cabo HBO no próximo domingo, só nos EUA. A HBO, que também está produzindo uma adaptação da peça de Kushner "Homebody/Kabul", está apostando muito na idéia de que o dramaturgo -que é socialista, gay e, segundo seu amigo Maurice Sendak, "tão judeu que dói nos olhos"- esteja pronto para o horário nobre da televisão norte-americana. "Angels" será transmitido e retransmitido para mais de 30 milhões de lares, e o número de pessoas que vão assistir ao filme na primeira noite de exibição deve superar facilmente o das que assistiram à peça nas várias centenas de produções norte-americanas que teve desde que estreou na Broadway, dez anos atrás. Medo O dramaturgo descreve os frutos do sucesso com modéstia. "Comecei a ganhar dinheiro", conta. "Perdi um pouco de meu isolamento protetor. Tive que aprender a ser uma pessoa pública, algo com o qual ainda tenho dificuldade. Ir a festas foi ficando mais fácil para mim." "Aprendi a fazer discursos", continua, "até a gostar de fazê-los. Meu peso subiu, desceu, subiu e desceu de novo. Tive que aprender a parar de ter medo de repetir a coisa de "Angels". Passei três anos, entre 1995 e 1998, escrevendo um roteiro que não devia ter tentado escrever, escrevendo vários ensaios, dando palestras em todo lugar, chegando aos 40 anos, fazendo mudanças profundas em minha vida pessoal", diz. "Depois comecei a trabalhar em cima de "Homebody" e "Caroline" e com Sendak. Acho que superei pelo menos uma parte do peso de "Angels"." Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: "A raiva é um bom combustível para o palco" Índice |
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