São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2004

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POPLOAD

Canpop

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Essa não! Do Canadá?!
Muito além de Avril Lavigne, bem longe da incendiária cena inglesa e logo acima do agitado som de Nova York, você pode encontrar o... canpop. Ou, não se preocupe, o canpop está chegando para encontrar você.
Bem-vindo a 2005, com a movimentada manifestação sonora canadense, que mistura amor e morte, doce lirismo e barulho insuportável, e vaza com alarde do país gelado na forma de três destacadas bandas, prontas para responder a pergunta: "Está brincando? Vocês são do Canadá?".
2005, nada. A gravadora virtual brasileira Peligro (www.peligro.com.br) já tem a preços decentes o CD importado do tão falado Arcade Fire, de Montréal. O nome do álbum é "Funeral" e sai por R$ 35 -está mais fácil de achar do que a caixa do Nirvana.
O Arcade Fire, sexteto que neste momento corre o circuito indie americano em grande turnê, foi considerada em outubro a banda nova mais "hot" do festival CMJ, de Nova York. E o grupo fala bem sério quando batiza seu CD de estréia como "Funeral". Quatro familiares dos integrantes morreram durante as gravações do disco. E a morte e outros lamentos são fortemente sentidos na maior parte das canções da banda, indie-pop refinado com baladas guiadas por dedilhadas toscas nas guitarras, por um piano arrebatador e por cordas tristérrimas.
Da voz lamuriosa de Win Butler, 24, saem pelo menos três espetaculares músicas de "Funeral": "Neighborhood #2 (Laika)", "Une Année Sans Lumière" e principalmente "Rebellion (Lies)". Ótimo e super-recomendado para a época deprê do Natal.
Outra banda que saiu de Montréal para espalhar momentos líricos em cenas alheias é o Dears, já destacada na "Popload" e que, além-mar, já conquistou respeito em Londres e arredores. Tem um álbum bem bom, "No Cities Left", e uma música bem boa, "Lost in Plot". O Dears é iluminado pelo seu vocalista estiloso, o excêntrico Murray A. Lightburn, o Morrissey negro. Lightburn, que se veste como dândi, está bem cotado na "cool list" do inglês "NME".
"You're a Woman, I'm a Machine" é o nome do atual disco do insólito Death from Above 1979, de Toronto. Banda de dois malucos (estes aí do lado) como o White Stripes, um é o baterista que canta (Sebastien Grainger), o outro é baixista (Jesse Keeler). É uma dupla, mas faz barulho de dez. E para dançar (!). Segundo um amigo londrino bem definiu, é uma mistura de Slayer com The Cars.

SP Pop
Yes, nós temos bananas e bandas pop em SP. A banda inglesa Razorlight disse, ao receber o prêmio de melhor grupo novo de 2004 da revista britânica "Q", que não há nenhuma banda nova melhor que eles. E grandes bandas pequenas de São Paulo se juntam para tocar contra a Aids, neste domingo, a partir das 15h, no bar Avenida (Pinheiros), dentro do Filadélfia Festival. Tocam Los Pirata, Gram, Dolores, Ludov, Abimonistas, Numismata e pb.

Morenaça
Uma cena imaginária em que a loira ricaça do barulho Paris Hilton dança toda morena a cabulosa "Drop It Like It's Hot", de Snoop D-o-double-g, deve se materializar em São Paulo, segunda-feira, no Mercado Municipal.

Lista de 2004
Já que o ano não acaba, mais uma música para a lista de melhores: "Galvanize", do Chemical Brothers. Hip hop de estilo árabe.

lucio@uol.com.br


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