|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POPLOAD
Canpop
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Essa não! Do Canadá?!
Muito além de Avril Lavigne, bem longe da incendiária cena
inglesa e logo acima do agitado
som de Nova York, você pode encontrar o... canpop. Ou, não se
preocupe, o canpop está chegando para encontrar você.
Bem-vindo a 2005, com a movimentada manifestação sonora canadense, que mistura amor e
morte, doce lirismo e barulho insuportável, e vaza com alarde do
país gelado na forma de três destacadas bandas, prontas para responder a pergunta: "Está brincando? Vocês são do Canadá?".
2005, nada. A gravadora virtual
brasileira Peligro (www.peligro.com.br) já tem a preços decentes
o CD importado do tão falado Arcade Fire, de Montréal. O nome
do álbum é "Funeral" e sai por R$
35 -está mais fácil de achar do
que a caixa do Nirvana.
O Arcade Fire, sexteto que neste
momento corre o circuito indie
americano em grande turnê, foi
considerada em outubro a banda
nova mais "hot" do festival CMJ,
de Nova York. E o grupo fala bem
sério quando batiza seu CD de estréia como "Funeral". Quatro familiares dos integrantes morreram durante as gravações do disco. E a morte e outros lamentos
são fortemente sentidos na maior
parte das canções da banda, indie-pop refinado com baladas
guiadas por dedilhadas toscas nas
guitarras, por um piano arrebatador e por cordas tristérrimas.
Da voz lamuriosa de Win Butler, 24, saem pelo menos três espetaculares músicas de "Funeral":
"Neighborhood #2 (Laika)",
"Une Année Sans Lumière" e
principalmente "Rebellion
(Lies)". Ótimo e super-recomendado para a época deprê do Natal.
Outra banda que saiu de Montréal para espalhar momentos líricos em cenas alheias é o Dears, já
destacada na "Popload" e que,
além-mar, já conquistou respeito
em Londres e arredores. Tem um
álbum bem bom, "No Cities Left",
e uma música bem boa, "Lost in
Plot". O Dears é iluminado pelo
seu vocalista estiloso, o excêntrico
Murray A. Lightburn, o Morrissey
negro. Lightburn, que se veste como dândi, está bem cotado na
"cool list" do inglês "NME".
"You're a Woman, I'm a Machine" é o nome do atual disco do insólito Death from Above 1979, de
Toronto. Banda de dois malucos
(estes aí do lado) como o White
Stripes, um é o baterista que canta
(Sebastien Grainger), o outro é
baixista (Jesse Keeler). É uma dupla, mas faz barulho de dez. E para dançar (!). Segundo um amigo
londrino bem definiu, é uma mistura de Slayer com The Cars.
SP Pop
Yes, nós temos bananas e bandas pop em SP. A banda inglesa
Razorlight disse, ao receber o prêmio de melhor grupo novo de
2004 da revista britânica "Q", que
não há nenhuma banda nova melhor que eles. E grandes bandas
pequenas de São Paulo se juntam
para tocar contra a Aids, neste domingo, a partir das 15h, no bar
Avenida (Pinheiros), dentro do
Filadélfia Festival. Tocam Los Pirata, Gram, Dolores, Ludov, Abimonistas, Numismata e pb.
Morenaça
Uma cena imaginária em que a
loira ricaça do barulho Paris Hilton dança toda morena a cabulosa "Drop It Like It's Hot", de
Snoop D-o-double-g, deve se materializar em São Paulo, segunda-feira, no Mercado Municipal.
Lista de 2004
Já que o ano não acaba, mais
uma música para a lista de melhores: "Galvanize", do Chemical
Brothers. Hip hop de estilo árabe.
lucio@uol.com.br
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Cinema: Festival do Rio exibe 402 curtas de 53 países Índice
|