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Em CD, "Antônias" fazem pose de diva
Cantoras-atrizes da série da Globo, Cindy e Quelynah lançam trabalhos solo, que seguem a fórmula do "r&b" americano
Recém-lançados, álbuns têm bons momentos, mas falham na produção de gosto duvidoso e nas letras nem sempre inspiradas
ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Globo sugeriu. Fernando
Meirelles (produtor da série
"Antônia", exibida pela emissora às sextas) também. Mas, por
enquanto, as atrizes-cantoras
do programa só formam um
quarteto na TV. Fora da telinha, as moças preferem apostar em carreiras solo.
Aos álbuns de Leilah Moreno
e Negra Li, lançados recentemente, juntam-se agora os de
Quelynah e Cindy. "Eu gostaria
de trabalhar paralelamente
[com o quarteto]", fala Quelynah, 25. "Mas não rola. As outras meninas têm medo de confundir o lance", completa. "Eu
faria, sem problemas", diz
Cindy, 18. "Até entendo algumas relutarem. Envolve outras
pessoas. Cada uma teve que batalhar para fazer o CD solo."
É uma pena porque nenhum
dos trabalhos traz a energia e o
carisma que elas demonstram
quando entoam o simpático refrão "ôô, Antônia brilha...". Em
comum, há o fato de todas terem apostado na mesma fórmula das divas do r&b gringo, começando pelas caras e bocas
sensuais no encarte dos CDs. A
diferença é que Beyoncé, por
exemplo, tem por trás produtores de muito bom gosto. As nossas meninas, não.
A começar por Cindy. Apesar
da pouca idade, ela rima melhor do que muito marmanjo.
Se suas letras ainda não são um
primor, estão longe de serem
descartáveis e refletem o estado de espírito da moça: otimista, engajada e inteligente. O
problema é que o produtor
Tchorta Boratto tentou fazer
uma reunião de estilos "top
ten" das paradas de sucesso.
Sem coerência, o disco passa
pelo rap, pop, dance music, r&b
e chega ao auge do oportunismo no reggaeton, gênero que
faz sucesso nos EUA, com a
mistura de rap e ritmos latinos
-famoso aqui na voz do porto-riquenho Daddy Yankee.
Quando a base não atravessa,
Cindy brilha, como na faixa
"Santa Terra", na qual mostra
suas habilidades tanto como rimadora quanto como cantora.
Se não tem uma voz tão poderosa quanto a da colega,
Quelynah pelo menos é mais
coerente e estréia na boa companhia de Simone Soul, Vanessa Jackson e outros.
Com letras simples, a cantora
apostou em batidas para embalar a pista de dança e, assim,
chegou mais próximo das divas
do "r&b" -ainda que alguns
"beats" sejam meio manjados.
A voz de Quelynah, que, em alguns momentos, soa como nos
tempos em que fazia "backing
vocal", pode ser mais bem trabalhada e as letras e bases, mais
caprichadas. Mas o caminho é
esse aí.
Pela corajosa empreitada, e o
conjunto da obra na TV, no cinema e nos palcos, as duas até
poderiam ganhar um "bom".
Mas, assim como evoluíram como atrizes, desde que fizeram o
filme de Tata Amaral até estrearem na Globo, elas ainda
podem amadurecer.
GRITE ALTO
Artista: Cindy
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 19, em média
QUELYNAH
Artista: Quelynah
Lançamento: Sonorabiz
Quanto: R$ 26, em média
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