São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2006 |
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TRECHOS A "língua" é outro departamento que fascina Chico. Quando garoto, observava as turmas da praia e identificava as diferentes "falas" que pipocavam do posto 2 ao 6. Mesmo assim, se sente deslocado em relação a uma certa maneira de falar carioca, que vai mudando com os modismos e que compõe o falar coloquial e natural das ruas. (...) Chico repara sempre no diálogo com o taxista no Rio. Faz um esforço danado para parecer que fala naturalmente todas essas coisas cariocas. Fala com dificuldade e, às vezes, aplica a gíria errada. Às gargalhadas, confessa que, muitas vezes, no meio da conversa, pensa: "Puxa, estou falando bem. Ele nem percebe que sou estrangeiro".
Recentemente, [Chico]
passou a fazer parte de uma
associação de defesa da Mata
Atlântica, (...) porque tem
simpatia pela causa (...). Confia
fervorosamente em que "eles"
fiquem de olho lá porque ele
prefere ficar aqui, "de olho no
mar", no seu posto avançado
no Alto Leblon. "Preciso ficar
aqui tomando conta para ver
se os piratas não chegam,
alguém tem que tomar conta
disso porque a qualquer hora
eles podem invadir. Os
franceses, os paulistas com
seus iates, então, tenho que
ficar aqui, na ponta da Mata
Atlântica, no meu posto de
sentinela."
Extraído de "Chico Buarque - Cidade Submersa" Texto Anterior: Chico Buarque revê relação com Rio Próximo Texto: Nos anos 60, cantor quis ser Jorge Ben Índice |
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