São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

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Crítica

Walter Lima Jr. torna possível ver o invisível

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há tempos que não se vê um filme de Walter Lima Jr., o que, aliás, é uma pena.
Seus filmes têm a particularidade de permitir uma leitura rápida, imediata -na tradição do cinema clássico americano, quase se poderia dizer que se trata de uma dimensão de encantamento.
Ao mesmo tempo, essas imagens se deixam decantar lentamente. São gestos, roupas, maneiras de dizer e andar que se revelam pouco a pouco ao espectador.
Será um cinema que nos ajuda a pensar? Talvez. Em "A Ostra e o Vento" (Canal Brasil, 22h), temos a história simples e no entanto delirante da menina solitária cujo envolvimento sensorial com o vento adquire um caráter até sexual.
Bem, como diria Borges, qualquer coisa pode nos ajudar a pensar. O que Walter Lima consegue de realmente prodigioso é nos fazer ver o invisível: operação que só ao cinema é dado aspirar. E que a poucos cineastas, nem sempre os mais valorizados, é dado concretizar.


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